terça-feira, 29 de dezembro de 2009

RETROSPECTIVA 2009/Fatos que foram notícia na área da Educação





DEZEMBRO

Educação profissional
Educação profissional vive novo momento de expansão em todo o país. Escola Técnica prepara mão de obra qualificada para o mercado de trabalho, cria oportunidades e forma cidadãos, segundo o ministro Fernando Haddad.

Demissão no MEC
Presidente do Inep, Reynaldo Fernandes, pede demissão após problemas com o Enem.
O pedido de demissão ocorre após um ano tumultuado no instituto, que enfrentou vários problemas na aplicação do Enem. Diretor do Centro de Seleção e Promoção da Universidade de Brasília (Cespe/UnB), Joaquim José Soares Neto, é o novo presidente.

CNTE é contra nova regra de correção do valor do piso
O Plenário da Câmara aprova Projeto de Lei 3776/08, do Executivo, que determina o uso do Índice Na! cional de Preços ao Consumidor (INPC) para a revisão, em janeiro de cada ano, do Piso Salarial Nacional Profissional. Para CNTE, a medida é fora de hora.

Alfabetização
A partir do próximo ano letivo, não será mais permitido o ingresso de crianças com menos de seis anos de idade no ensino fundamental.

Silêncio e impunidade
Mais de três meses já se passaram e não há uma informação sobre o andamento do inquérito que investiga a morte dos professores de Porto Seguro Álvaro Henrique e Erisney Pereira. As investigações correm em segredo de justiça.

Formação superior para funcionários
Uma proposta de criação de diretrizes curriculares para curso de formação superior destinado a funcionários de escola foi apresentada pela CNTE ao MEC.

Professor estrangeiro reconhecido
Os professores estrangeiros que vierem a lecionar no Brasil, em sistema de intercâmbio, terão reconhecimento de títulos e graus acadêmicos obtidos em países do Mercosul.

CNTE: Polícia do DF não está preparada para democracia
CNTE lamenta ato truculento contra estudantes e sindicalistas que foram às ruas de Brasília protestar contra as denúncias de corrupção no governo de José Roberto Arruda.

DST/AIDS
Representantes das afiliadas da CNTE nos estados e de sindicatos de trabalhadores em educação filiados à Internacional da Educação para a América Latina (IEAL) fazem em São Paulo avaliação positiva das ações desenvolvidas para prevenção à DST/AIDS nas escolas públicas.

Cai índice de analfabetismo
A proporção dos chamados analfabetos absolutos - aqueles que não sabem ler nem escrever nada - entre 15 e 64 anos caiu de 9% para 7% entre 2007 e 2009 no Brasil. Em 2002, o percentual era de 12%, segundo o Instituto Paulo Montenegro.

NOVEMBRO

Censo da Educação Básica
O Educacenso 2009 confirma "ligeira queda" de matrículas na educação básica. De 2008 para 2009, houve diminuição de 1,2% no total de inscrições. Essa porcentagem significa 652.416 estudantes.

Operação Pandora
O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), é suspeito de participar de esquema de corrupção, que consistiria na distribuição de recursos para a sua base aliada na Câmara Legislativa do DF. Na opinião da CNTE, o escândalo poderá expor a fragilidade do sistema de controle da democracia brasileira, caso a apuração e o julgamento dos fatos fiquem sob responsabilidade do legislativo local.

Piso
O vice-presidente da CNTE, Milton Canuto de Almeida, vai à Comissão de Educação e Cultura da Câmara discutir sobre a atualização do valor do piso salarial dos educadores. "A Câmara, o Supremo Tribunal Federal e o MEC têm papel fundamental para a resolução conjunta dessa questão", diz Milton.

Paulo Freire
O educador Paulo Freire, falecido em 1997, é anistiado pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, durante o Fórum Mundial de Educação Profissional e Tecnológica, em Brasília.

Comunicação Sindical
CNTE! promove em Brasília, o 2º Seminário Nacional de Comunicação. Para o escritor do Núcleo Piratininga de Comunicação, Vito Giannotti, a comunicação sindical tem que falar para os educadores.

Mais escolas técnicas
O Ministério da Educação anuncia a construção de 1.000 escolas técnicas no Brasil, até 2020. A ação conjunta com os estados faz parte do Programa Brasil Profissionalizado e prevê o investimento de R$ 790 milhões em 2009.

Um livro por ano
O brasileiro lê pouco. São 77 milhões de não leitores, dos quais 21 milhões são analfabetos. Já os leitores, que somam 95 milhões, lêem, em média, 1,3 livro por ano.

SBPC lança Pacto pela Educação
Com a parceira da CNTE, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência lança Movimento SBPC: Pacto pela Educação. A intenção é mobilizar toda sociedade para alcançar a qualidade na educação em todos os níveis e para todos.

Saúde do trabalhador em debate
Representantes das afiliadas concluem, em Brasília, que o profissional de educação está cada vez mais doente e que a saúde da categoria é tão importante quanto à questão do piso, da jornada e da carreira.

Um basta às agressões
Comissão de Educação e Cultura do Senado aprova projeto de lei que prevê punição para alunos que cometerem violência contra professores no ambiente escolar. As instituições de ensino também podem ser responsabilizadas caso não consigam coibir os conflitos.

Ajuda para pagar piso
O governo federal! admite rever critérios de escolha dos municípios que terão complementação para pagamento do piso nacional. A ideia é ampliar o número de prefeituras beneficiadas.

Sexta Marcha
Manifestantes organizados na 6ª Marcha da Classe Trabalhadora pedem aprovação da PEC que reduz jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais sem diminuir salário. A matéria está pronta para a pauta do Plenário da Câmara dos Deputados, e depois de aprovada, segue para o Senado.

PEC 59/09
Congresso Nacional promulga PEC 59/09 que garante o fim do corte de rec! ursos orçamentários destinados à educação. A PEC retira, gradativamente, a Desvinculação das Receitas da União (DRU) do orçamento da Educação, até não mais ser cobrada, em 2011. Além disso, a educação passa a ser obrigatória dos quatro aos 17 anos.

14º salário
A Comissão de Educação do Senado aprova projeto de lei que prevê o 14º salário para professores e funcionários de escolas que elevarem o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - o Ideb - em pelo menos 50%, durante o ano letivo. Para CNTE, a proposta não é boa, pois não garante valorização para todos os professores.

Direitos LGBT
Criado o coletivo da diversidade sexual para promoção dos direitos LGBT durante o I Encontro Nacional LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) da CNTE, realizado em São Paulo.

OUTUBRO

Consciência Negra
Escolas de todo o país comemoram o Dia da Consciência Negra. A CNTE confecciona cartaz e mural sobre o tema. Mas, no Distrito Federal, escola afasta professor porque alunos se recusam a debater os mitos africanos com ! enfoque nas manifestações culturais brasileiras.

Universalização do ensino médio gratuito
O presidente Lula sanciona projeto de lei que garante a qualquer pessoa o acesso ao ensino médio público e gratuito.

Projeto prevê vagas para professores em universidades
Comissão de Educação do Senado aprova projeto de lei que garante vagas nas universidades federais a professores de educação básica da rede pública de ensino, sem a necessidade de vestibular. Matéria ainda deve ser aprovada pela Câmara antes de ir à sanção presidencial.

Exigência de curso superior para professor
Câmara dos Deputados aprova o PL 3.971/08 que exige curso superior para professores de educação básica em todo Brasil. A proposta segue para exame do Senado Federal.

Computadores em até 36 vezes
Programa Computador Portátil para Professores é estendido para todo o país. O mesmo dia, CNTE diz que “o grande presente que poderia ser dado aos professores é o reconhecimento pelo STF da constitucionalidade da Lei 11.738 que estabelece o piso nacional para os docentes”.

7ª Conferência Nacional de Educação
Cerca de 340 trabalhadores da educação participam em Brasília, da 7ª Conferência Nacional de Educação, promovida pela CNTE, para consolidar a posição sobre a construção do Sistema Nacional Articulado de Educação (SNE) e do novo PNE. Temas da Conferência Nacional de Educação (CONAE) a ser realizada em abril pelo MEC.

Analfabetismo no Brasil
Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada diz que Brasil precisa de mais 20 anos para acabar com o analfabetismo.

Enem fraudado
Ministério da Educação anula provas do Enem 2009 após denúncias de fraudes. Polícia Federal investiga o caso. Nova prova será marcada.

SETEMBRO

Ficha Limpa
Comitê Nacional do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, do qual a CNTE faz parte, entrega ao presidente da Câmara, Michel Temer, projeto de lei da Ficha Limpa, que torna inelegível o candidato condenado ou denunciado por crimes como improbidade administrativ! a, uso de mão-de-obra escrava e estupro.

Recursos do pré-sal para Educação
O ministro da Educação, Fernando Haddad, defende estratégia do governo de incluir a Educação entre as áreas que vão receber recursos do pré-sal por meio do Fundo Social previsto no Projeto de Lei 5417/09.

Honduras: conferencistas repudiam golpe
Participantes da VII Conferência Regional de Fortalecimento Internacional de Educação na América Latina aprovam em São Paulo, moção de repúdio ao golpe militar em Honduras e de apoi! o ao Brasil, diante do acolhimento ao presidente deposto Manuel Zelaya na embaixada brasileira do país.

Salário do Professor
Levantamento chamado de "Análise Comparativa Salarial dos Professores da Rede Estadual no Brasil", mostra que o professor cearense recebe o sexto pior salário de início de carreira de todo o Brasil. O pior é do educador de Pernambuco: R$ 1.016,00. E o melhor do Distrito Federal: R$ 3.227,87.

Em defesa do Piso
Editorial do Cor! reio Braziliense diz que a PEC 277/08 vai abrir espaço para aporte considerável de recursos destinados à educação. “Garante-se, assim, que mais de 3,5 milhões de crianças e adolescentes sejam inseridos nas salas de aula de todo o país. Para que a proposta possa cumprir seus objetivos, é indispensável que os estados e municípios paguem aos professores o piso salarial fixado em R$ 1.132,40”.

Dia Nacional de Luta em Defesa do Piso
Durante concentração no Senado, presidente da CNTE, Roberto Leão diz que a “Lei do Piso não pode cair no esquecimento”. Caravanas de todos os estados participam da mobilização em Brasília. Os trabalhadores em educação se reúnem em frente ao STF e depois seguem para o MEC.

Quais são os direitos do idoso?
Revista “Como Vivem os Trabalhadores Aposentados da Educação?” é lançada pela CNTE durante 5º Encontro de Trabalhadores em Educação Aposentados das Regiões Sul e Sudeste realizado em Florianópolis, para a união em torno de várias reivindicações, entre elas, a paridade e a integralidade nos planos de carreira.

Sindicalistas assassinados
Dois professores são vítimas de uma emboscada, seguida de execução. O professor Elisney Pereira Santos, secretário da APLB em Porto Seguro, morreu na hora. Já o professor Álvaro Henrique dos Santos, presidente da entidade ficou gravemente ferido e faleceu seis dias depois, no hospital.

Piso é tema de audiências no STF
Diretoria da CNTE e representantes da Frente Parlamentar em Defesa do Piso Salarial Profissional Nacional são recebidos por vários ministros do Supremo Tribunal Federal.
Eles pedem urgência para o julgamento do mérito da ADI 4.167 apresentada contra a Lei do PSPN e o retorno do conceito de Piso Salarial que tem como referência o vencimento básico.

AGOSTO

CNTE no CDES
CNTE continua com representação no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. A diretora Juçara Dutra Vieira foi reconduzida à vaga. Fazem parte do CDES 14 ministros de Estado e 90 líderes da sociedade civil que debatem as principais questões nacionais.

Retratos da Escola
Mais uma edição da Revista Retratos da Escola da Escola de Formação da CNTE (Esforce) é lançada para colaborar na construção de uma educação pública solidária, democrática e inclusiva, segundo o presidente da CNTE, Roberto Leão.

Gesto Inédito
A Câmara dos Deputados destina R$ 80 milhões, economizados neste ano pela Casa, para programas de educação infantil do Ministério da Educação.

A valorização dos funcionários
Funcionários das escolas públicas de todo o Brasil, devidamente habilitados, são oficialmente reconhecidos como educadores. O presidente Lula sanciona a lei 12.014/ 2009. Um momento histórico para a educação brasileira.!

Nova gripe
Pelo menos 14 milhões de alunos da rede de ensino estadual de Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo, além dos alunos da rede municipal da capital paulista, ficam sem aula por determinação do governo como estratégia para conter o avanço da gripe suína.

JULHO

UNE na UnB
Universidade de Brasília recebe milhares de estudantes de todo o Brasil para o 51º Congresso da Une (União Nacional! dos Estudantes). A CNTE participa com o seu presidente Roberto Leão do debate sobre a construção do Sistema Nacional Articulado de Educação.

Mudanças no ensino médio
Cem escolas vão mudar o sistema de ensino a partir de 2010 para atrair estudantes e reduzir a evasão escolar. Atualmente, 18% dos jovens de 15 a 17 anos não frequentam mais a escola. A ideia do novo modelo é atrair os jovens e reduzir a evasão escolar.

Plano de Carreira
Seminário avalia questões relativas às novas Diretrizes Nacionais para os Planos de Carreira e Remuneração do Magistério. O dia 31 de dezembro é a data limite para que Estados, Distrito Federal e Municípios implantem ou adaptem seus planos de carreira ao piso nacional.

JUNHO

Dedicação exclusiva
Projeto de lei que institui dedicação exclusiva para os professores da rede básica pública é debatido na Comissão de Educação do Senado. Na avaliação da CNTE, a proposta é interessante, mas deve ser articulada em conjunto com uma política nacional de educação.

Unicef recomenda mais investimento em educação
O Brasil precisa investir pelo menos 8% do Produto Interno Bruto (PIB) na educação para conseguir reverter as desigualdades de acesso e os problemas de qualidade que ainda persistem. A recomendação é do Fundo das Nações Unidas pela Infância (Unicef).

País tem 200 mil em cursos de magistério
Censo escolar mostra que em 2007 eram 209.449 alunos de magistério no País. Apesar de ainda alto, o número vem caindo. Em 2006, chegou a 514 mil e, no ano anterior, a 423 mil. O Rio é o que concentra maior número de estudantes de magistério - 41.345.

MAIO

Formação de professores do Mercosul
O Presidente da CNTE, Roberto Leão, participa em Assunção, no Paraguai, da Reunião do Grupo de Trabalho que servirá para aprofundar temas relacionados à questão da formação dos trabalhadores em educação pública dos países que integram o Mercosul.

Caminhada luminosa
Manifestantes portam mais de 800 velas durante a Caminhada Luminosa realizada em Porto Aleg! re pelo impeachment da governadora Yeda Crusius, acusada de corrupção.

Enchentes deixam crianças sem aula
As chuvas nas regiões Norte e Nordeste deixam ao menos 397 mil alunos sem aulas, segundo as secretarias da Educação dos Estados. A situação é mais crítica no Amazonas.

Filosofia e Sociologia nas escolas públicas
O Conselho Nacional de Educação regulamenta a inclusão o das duas disciplinas no currículo do Ensino Médio.

STF publica acórdão de liminar sobre Piso
Supremo Tribunal Federal publica acórdão sobre o pedido de liminar contido na ADI 4167, movida pelos governadores considerados Inimigos da Educação. O mérito da decisão continua pendente, e a CNTE manterá a mobilização para que seu julgamento ocorra ainda este ano, a fim de assegurar os efeitos integrais do piso salarial, a partir de 1º de janeiro de 2010.

Preconceito em sala de aula
Muitos professores e alunos não gostariam de dividir espaço com homossexuais, ex-detentos e portadores de HIV. O preconceito é generalizado desde a 5ª série do ensino fundamental até o tercei! ro ano do ensino médio. Mostra a publicação Revelando tramas, descobrindo segredos: violência e convivência nas escolas, da Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla) e da Secretaria de Educação do Distrito Federal.

ABRIL

Haddad: é preciso melhorar a qualidade do ensino
O Ministro da Educação, Fernando Haddad, diz na Comissão de Educação do Senado que sem equidade não será possível melhorar a qualidade da educação no Brasil.

Greve de Advertência
Profissionais de educação atendem ao chamado da CNTE e mostram disposição de luta. A paralisação, dia 24 de abril, atinge pleno êxito e acontece para garantir a aplicação da lei do piso (11.738/08), em vigor desde janeiro deste ano. Segundo Roberto Leão, presidente da CNTE, a mobilização continua. “Vamos realizar quantas greves forem necessárias em defesa da implantação do piso salarial do magistério”.

CE: Professores recebem piso em Limoeiro do Norte
Prefeitura Municipal de Limoeiro do Norte, no Ceará, decide pagar o piso de acordo com a Lei 11.738 e contratar mais 86 profis! sionais docentes.

Manifestação em frente ao STF
Mais de 700 educadores de todos os estados, convocados pela CNTE, participam na Praça dos Três Poderes, em Brasília, de ato para agilizar o julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 4167), ajuizada em 2008 por cinco governadores que se manifestaram contra o piso.

MARÇO

Escolas com nota baixa no Ideb têm ajuda do MEC
O Ministério da Educação vai liberar R$ 517 milhõe s para escolas que obtiveram baixo rendimento no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) aferido em 2005 e 2007. O indicador foi criado em 2005 e funciona como um termômetro da qualidade do ensino.

STF garante aplicação da lei sobre aposentadoria especial
O Supremo Tribunal Federal publica o acórdão da decisão sobre a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 3772) contra um dos artigos da lei 11.301/06, que estabelece aposentadoria especial para os profissionais em funções de direção, coordenação e assessoria pedagógica. A CNTE e as entidades afiliadas comemoram a decisão.

Trabalhadores em educação vão parar
Os professores da rede pública de ensino decidem fazer uma greve nacional pela implementação do piso salarial. Segundo a CNTE, a lei que estabelece o piso não esta sendo cumprida.

Semana Nacional da Educação Pública
Democracia, crise financeira internacional e implementação do piso do magistério. São temas da 10ª Semana Nacional em Defesa e Promoção da Educação Pública, realizada pela CNTE e seus sindicatos filiados.

Educação pública melhora
Para a maioria dos brasileiros, a educação pública no país está melhorando, mas ainda de forma lenta. É o que mostra pesquisa divulgada pelo Instituto Ibope e o movimento Todos Pela Educação. Enquanto 41% consideram a educação como ótima ou boa, 35% acreditam que ela é regular e, apenas, 13% acham que a educação na rede pública está péssima.

Nota Pública à Sociedade Brasileira
A CNTE, a CUT, Frente Parlamentar em Defesa do Piso Salarial, o Conselho Nacional de Educação e mais 17 entidades ligadas à educação e movimentos sociais divul! gam nota na qual pedem o cumprimento da Lei nº 11.738/08, com o pagamento do piso para os professores, retroativo a janeiro de 2009, garantindo o reajuste anual do valor do piso e respeitando os planos de cargos e carreira do seu sistema de ensino.

FEVEREIRO

Calendário de lutas
A CNTE define uma série de atividades em defesa do Piso Salarial Profissional Nacional do Magistério incluindo, assembléias, greves e ato público na Praça dos Três Poderes.

Haddad defende implantação do piso
O ministro da Educação, Fernando Haddad, defende a implantação, pelos municípios, do piso nacional do magistério. E garante que municípios sem condição de pagar poderão receber complementação.

Escola dos quatro aos 17 anos
O ministro Fernando Haddad, da Educação, vai enviar ao Congresso o projeto que torna obrigatório o ensino dos quatro aos 17 anos no Brasil. Hoje, o Estado tem que garantir escola para crianças e jovens dos sete aos 14 anos.

JANEIRO

Política Nacional de Formação

A política nacional de formação de profissionais do magistério estabelece que União, estados, municípios e o Distrito Federal vão atuar, em regime de colaboração, para a formação inicial e continuada de 360 mil professores do ensino básico. O MEC pretende aumentar o número de professores formados por instituições públicas de educação superior e garantir um padrão de qualidade para os cursos de formação.

Merenda para ensino médio
O governo federal edita medida provisória que cria imediatamente a merenda e! scolar para o ensino médio. A MP prevê a liberação de R$ 574 milhões para financiar a merenda e a expansão dos programas de transporte escolar.

Rede de ensino ainda por fora de acordo ortográfico
As novas regras ortográficas da língua portuguesa estão em vigor desde o dia 1º de janeiro de 2009. Mas, professores de português e das demais disciplinas ainda não foram treinados para usar e ensinar a nova grafia. E os livros didáticos que o MEC distribui à rede pública só serão atualizados a partir de 2010.

Crise não afeta educação
O ministro da Educação, Fernando Haddad, garante que a crise financeira internacional não vai afetar os investimentos em educação, incluindo o projeto de expansão dos institutos técnicos e de ensino superior.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

FERIAS ESCOLARES


Organizar atividades para os filhos durante o período de férias é a melhor forma de mantê-los alegres, sentindo que estão descansando e aproveitando o período sem aulas.

Uma boa opção é receber os amigos em casa. Para isso, o filho deve fazer contato com seus amigos prediletos e, caso haja necessidade, os pais combinam entre si.

A anfitriã deve se informar do tipo de alimentação que as crianças fazem, do que gostam de comer, se possuem alergias a algum alimento, se podem tomar gelado, etc.

Preparar as refeições com antecedência é uma boa opção para não ficar presa à cozinha no momento de receber os convidados, mas lembre-se: são amigos do seu filho e, portanto, deve recebê-los contando com o apoio da mãe.

Da mesma forma, dependendo da idade, a própria criança poderá programar as atividades. Como sugestão, deixamos as seguintes ideias:

- Locação de um filme para que as crianças relaxem um pouco após o almoço;

- Passeio num parque de diversões;

- Passeio ao zoológico;

- Passeio ao shopping com direito a cinema e pipoca;

- Banho de piscina num clube ou se tiverem em casa;

- Ida a uma sorveteria;

- Piquenique num lugar bem tranquilo e que não proporcione perigo;

- Jogos em casa, como xadrez, dama, trilha, dominó, uno, cara a cara, senha, leilão de artes, detetive, war, banco imobiliário, jogo da vida, elástico, amarelinha, bolinha de gude, bolinha de sabão, massinha caseira, oficina de criatividade com sucatas, dentre vários outros.

Além disso, se as crianças forem dormir na casa do amigo poderão fazer desfile de pijama, brincar de insônia e ver quem consegue ficar acordado até mais tarde, montar cabaninhas com lençol, acampando no meio da sala, brincar de cambalhota nos colchões espalhados pelo chão, etc.

Nas férias dá para fazer bastante coisa, mesmo estando dentro de casa. O importante é usar a criatividade e a imaginação para garantir a diversão da garotada.

IMPORTANCIA E AREA DE ATUAÇÃO DA PEADGOGIA





A sociedade contemporânea tem sido assinalada por rápidas modificações de desempenho, que se refletem claramente na área educacional. Para acompanhar essas alterações, governos e educadores se empenham numa fundamentada reconstrução sobre a concepção de educadores. Através desse contorno contemporâneo dado à educação e às sucessivas mudanças em seu conceito, deixa de ser reservada a atuação de ensino-aprendizagem somente em espaços escolares formais, esse procedimento atravessa os muros da escola, para diferentes e diversos setores como: ONGs, família, trabalho, lazer, igreja, sindicatos, clubes, etc. Faculta-se atualmente devido às mudanças ocorridas um novo cenário para a educação, dando uma cartografia significante à educação não formal.

O pedagogo, na sociedade em que vivemos passa a atuar como educador social em empresas, hospitais, ONGs, associações, igrejas, eventos, emissoras de transmissão (rádio e Tv), formando atualmente, um novo panorama de ação deste profissional, que ao atravessar a divisória da escola, invalida preconceitos e idéias de que o pedagogo está apto para exercer suas funções apenas na sala de aula. Nos dias atuais o lema é de que onde houver uma prática educativa, se instala uma ação pedagógica. O processo de ensino-aprendizagem é vivenciado não somente dentro da escola, mas é uma ação que acontece em todo e qualquer setor da sociedade, que se caracteriza como a sociedade do conhecimento, porque a educação formal e a não formal caminham paralelamente e tornam a educação o principal instrumento contra a desigualdade social.

Pedagogia se refere à arte, ciência e profissão de ensinar. O curso de Pedagogia tem sua origem vinculada à Faculdade Nacional de Filosofia, Ciências e Letras e à de Educação, criada em 1937. A licenciatura em Pedagogia, nos termos das diretrizes curriculares nacionais, assegura a formação de profissionais da educação prevista no art. 64 da Lei nº 9394/96 que diz:A formação de profissionais de educação para administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica, será feita em cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base comum nacional. Ao mesmo tempo em que forma professores, a Pedagogia prepara pessoas capazes de compreender e colaborar para a melhoria da qualidade em que se desenvolve a educação na realidade brasileira, envolvidos e compromissados com uma formação da idéia de transformação social.

O curso de licenciatura em Pedagogia terá carga horária mínima de 3.200 horas de efetivo trabalho acadêmico. Assim, o curso de graduação em Pedagogia oferece ao pedagogo uma formação integrada para exercer a docência nas séries iniciais no Ensino Fundamental, na Educação Infantil e nas disciplinas pedagógicas dos cursos de formação de professores e também para atuar na gestão dos processos educativos escolares e não-escolares bem como na produção e difusão do conhecimento do campo educacional.

As atividades docentes também abrangem a participação na organização e gestão de sistemas e instituições de ensino, no planejamento, execução, coordenação, acompanhamento e avaliação de tarefas próprias do setor da Educação; planejamento, execução, coordenação, acompanhamento e avaliação de projetos e experiências educativas não-escolares; produção e difusão do conhecimento científico-tecnológico do campo educacional, em contextos escolares e não-escolares.

Fontes consultadas: DCN da Pedagogia

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

MOTIVOS DO ESTRESSE DOS PROFESSORES

Acordar às seis da manhã, se arrumar correndo e nem sempre ter tempo pra tomar um café da manhã, enfrentar o trânsito ou pegar um ônibus lotado. Ao chegar na escola, enfrentar uma jornada de trabalho com crianças e jovens conversando, gritando, desobedecendo, indisciplinados, reclamações de pais, frustrações.

No horário do intervalo, ouvir a coordenação solicitando cadernos de planejamentos, correções de provas, vistos nos cadernos dos alunos, notas, diários de classe, enfim, todas as necessidades burocráticas que estão estabelecidas dentro das instituições. Essa é a rotina do professor. Mas planejar, corrigir cadernos e provas, preencher diários, fazer lembrancinhas ou testar os recursos didáticos, não são atividades realizadas no âmbito escolar. Infelizmente, os profissionais da educação, no Brasil, realizam essas atividades em suas casas, passando horas e horas organizando suas aulas, cumprindo com suas responsabilidades.

O salário? Nem precisa dizer, é uma vergonha. Isso quando recebem em dia, porque muitas escolas têm problema com inadimplência e atrasam os mesmos. Mas se quiserem um emprego, os professores devem se submeter a essas condições.

Além de ganharem pouco pelas horas de trabalho dentro da sala de aula, não são remunerados pelas tarefas que levam para serem feitas em casa. Mas são obrigados a fazer, pois é compromisso de professor, é responsabilidade social e isso a grande maioria tem.

A formação continuada, os grupos de estudo e as reuniões também fazem parte da rotina da escola, pois é através da troca de experiências e das informações que os profissionais conseguem rever suas ações, crescer profissionalmente, melhorar a qualidade do trabalho educativo e institucional.

Com o passar do tempo, o desgaste da rotina se torna grande, o cansaço e o estresse aparecem. Além desses, problemas de saúde característicos da profissão, como bursite, calos nas cordas vocais, varizes, problemas de coluna vão surgindo, mas esses não têm como manter o pagamento de um bom plano de saúde.

Sem estrutura de trabalho e de vida, não existe quem suporte as pressões sociais. Muitos professores têm desenvolvido doenças típicas do estresse, depressão, síndrome do pânico, irritabilidade, cansaço excessivo, dentre outras.

No Brasil, quem trabalha em educação o faz por doação e por amor. Amor pelo processo de ensinar/aprender, amor pelos alunos, amor pelas instituições, amor pela movimentação dentro das escolas, e muito mais amor.

Porém, só amor não basta. É preciso de salários justos, melhores condições de trabalho nas escolas, manter a qualidade das aulas, dispor de materiais necessários, proporcionando maior dignidade para os responsáveis pela formação humana, moral e intelectual dos estudantes e do país.

domingo, 13 de dezembro de 2009

EDUCAÇÃO E VALORES NO MUNDO CONTEMPORANEO


Resumo
O artigo aborda um dos mais destacados e controversos temas do homem e da sociedade contemporâneos: a fundamentação dos valores morais e a educação moral. Diante das graves implicações que os rumos da ciência e tecnologia têm para áreas vitais das pessoas, da sociedade e da própria natureza, a ética tornou-se preocupação universal de grande urgência. Partindo de uma definição de conceito de valor, o autor expõe, desde um ponto de vista histórico as vertentes individualista, social, pós-moderna e teórico-crítica, para concluir com algumas observações sobre a formação do sujeito moral. Todo o trabalho está perpassado pelo olhar da educação.

ETICA - TEMA TRANSVERSAL - PCN


A educação, ao lado da saúde vem sendo apontada como a grande tragédia nacional. Longe de ser uma novidade, este diagnóstico revela uma situação bastante conhecida e remete à necessidade de ações urgentes e eficazes. No centro deste debate encontram-se as propostas governamentais, que tem suscitado inúmeras críticas sobre sua eficácia na solução dos problemas educacionais a curto e longo prazo.

Dentre as projetos de alcance nacional já colocados em prática está a produção dos Parâmetros Curriculares Nacionais, destinados a imprimir uma direção mais uniforme e consistente ao trabalho desenvolvido nas escolas pelos professores de Ensino Fundamental (1a a 8a séries).

A grande novidade trazida pelos PCNs é a introdução dos chamados "temas transversais" que devem permear todo o conteúdo e a vivência escolar. A justificativa oficial para a escolha dos temas apóia-se em três critérios: urgência social (porque afrontam gravemente a dignidade das pessoas e rebaixam sua qualidade de vida), abrangência nacional (sem excluir assuntos importantes no âmbito local) e possibilidade de efetiva aprendizagem no ensino básico.

Situando nesta categoria os temas: "Ética, Pluralidade Cultural, Meio Ambiente, Orientação Sexual e Saúde", o projeto governamental expressa e introduz na sociedade não apenas inovações de caráter metodológico, mas uma concepção de educação e particularmente, uma visão sobre o papel da escola no contexto atual do país.

Esta proposta parte da percepção de uma situação social alarmante, que exige uma definição mais ampla das finalidades da escola e portanto, de seus conteúdos. Trata-se de um currículo "aberto", seja pelos temas que introduz, que tomam formas diferentes de acordo com o contexto em que se estabelecem, seja pela própria proposta em si, que prevê a inclusão de novos temas a partir da relação pedagógica e do contexto social. Sem dúvida, estamos diante de uma inovação de alcance nacional sem precedentes, o que por isto mesmo acarreta algumas dificuldades, riscos e questões que necessitam ser melhor examinadas.

Apesar de não ter o caráter de uma disciplina, o tema Ética fará parte do cotidiano escolar e, portanto, gostaríamos de ressaltar algumas questões sobre o conteúdo proposto.

ETICA

Parece-nos que a despeito do valor da proposta, a inclusão do tema ética encontra-se diretamente ligado a um apelo político e social e por isto carrega uma expectativa excessiva por parte dos autores e de toda a comunidade escolar.

Acredita-se que o ensino de ética será o grande pilar na reconstrução da sociedade brasileira, ou ao menos terá papel fundamental neste processo.

Retornando aos objetivos sinteticamente expostos na introdução dos PCNs, começamos a identificar o valor que os temas transversais adquirem nesta redefinição do papel da escola " Os temas propostos expressam conceitos e valores fundamentais à democracia e à cidadania e correspondem a questões importantes e urgentes para a sociedade brasileira de hoje, presentes sob várias formas na vida cotidiana. São amplos o bastante para traduzir preocupações de todo o país, são questões em debate na sociedade através das quais, o dissenso, o confronto de opiniões se coloca. O desafio da proposta de " Ética" é levar a escola a esse debate e incentivar que esta incorpore tais temas em sua prática " (Cfr. Parâmetros Curriculares Nacionais - Ética - Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria do Ensino Fundamental - SEF).

O movimento que deu origem a esta proposta já se delineava há algum tempo na sociedade sob a forma de uma indignação crescente diante de situações de exploração, desigualdade, impunidade e aos poucos foi constituindo-se num clamor nacional pela "ética" em todos os setores da vida social.

A discussão sobre ética, habitualmente confinada aos domínios filosóficos adquiriu uma relevância social sem precedentes. As questões morais tornaram-se objeto de conversas e incorporaram-se ao cotidiano do homem comum, expressando a urgência de uma redefinição nos modelos das relações humanas.

É fácil constatar a desorientação dos educadores, assim como de toda a sociedade diante de acontecimentos que nos colocam em contato com este tema, apesar de todos afirmarem a necessidade de uma "postura ética". Em busca de uma escola que incorpore os anseios sociais e políticos, a eleição do tema "Ética" expressa a intenção de incentivar a construção de uma escola atenta à realidade social, condição essencial para qualquer prática educativa. Além disto, o reconhecimento de que há todo um universo de relações cotidianas no interior da escola, sempre ignorado ou subestimado pelas propostas curriculares, permite concluir que "não se educa para o futuro", traduzindo com nitidez uma postura que educa para a percepção da própria realidade (Cfr. PCN-Ética...).

Qual é então, o papel da escola hoje? Ao tomar consciência de que "as práticas pedagógicas são sociais e políticas" e que "a relação educacional é uma relação política" temos assim definido o objetivo da escola: a formação da cidadania. Este objetivo é ressaltado e vai sendo coerentemente desenvolvido ao longo do projeto, mas já aparece definido em sua Introdução: "O presente documento propõe um trabalho explícito, específico e sistemático de análise de valores, de aprendizagem de conceitos e práticas e de desenvolvimento de atitudes que favoreçam a convivência democrática e a construção da cidadania." (PCN-Ética...).

A cidadania portanto, torna-se o eixo da educação escolar, o referencial dos conhecimentos, das práticas e valores que devem orientar o exercício pleno da participação social. Cria-se a figura da escola-cidadã, que sintetiza em si os objetivos, métodos e conteúdos da educação escolar.

Ética e educação do homem à totalidade

Desta forma, constatamos que o projeto está baseado numa concepção de ética que não se distingue de cidadania. A relação ética-cidadania existente no projeto (ética para a cidadania) tem como premissa uma definição de ética que contempla o homem exclusivamente em sua dimensão sócio-política.

O documento expressa seu entendimento sobre o termo ética da seguinte forma: "A Ética diz respeito às reflexões sobre as condutas humanas. A pergunta ética por excelência é: como devo agir perante os outros? Verifica-se que tal pergunta é ampla, complexa e que sua resposta implica tomadas de posição valorativas. A questão central das preocupações éticas é a da justiça entendida como inspirada pelos valores de igualdade e eqüidade" (PCN-Ética...)..

Para isso foram eleitos como eixo de trabalho, quatro blocos de conteúdo: Respeito Mútuo, Justiça, Diálogo e Solidariedade, valores referenciados no princípio da dignidade do ser humano, um dos fundamentos da Constituição Brasileira.

O texto de referência afirma que ética diz respeito às reflexões sobre as condutas humanas, mas isto pressupõe a existência de uma direção, um sentido último do agir humano, que é ignorado ou encoberto pela urgência de uma ação social. Se queremos possibilitar a formação de pessoas com autonomia moral e não apenas a serviço de normas estabelecidas pelo Estado, a pergunta ética por excelência desloca-se inicialmente do campo do agir, para o do ser, que qualifica e fornece as razões ao agir humano.

A exigência que tomou conta da imprensa, das conversas nos centros de poder, nos centros de produção cultural, nos locais de trabalho, encobre na verdade a necessidade urgente de um processo educativo que enfatize a reflexão sobre a natureza do homem e forneça critérios capazes de responder às suas necessidades pessoais e sociais. Nosso ponto de partida não se encontra em normas ou preceitos. A concepção de ética, tem como fundamento o ser do homem, a natureza humana. E implica a realização de todo homem sob pena de uma auto-agressão.

A ética portanto, é entendida como "um processo de auto-realização do homem, um processo levado a cabo livre e responsavelmente e que incide sobre o nível mais fundamental, o do ser homem. Quando porém se trata da moral, a ação humana é vista como afetando, não um aspecto particular, mas a totalidade do ser do homem. ela diz respeito ao que se é enquanto homem" (Lauand, L. J. Ética: Questões Fundamentais, p. 7, S. Paulo, DLO-FFLCHUSP, p. 7).

Longe de manter o homem preso aos próprios interesses, acreditamos que esta postura gera uma relação do homem com a sociedade mais dinâmica, verdadeira e eficaz, visto que o agir humano parte do reconhecimento do conjunto de exigências que constituem a natureza humana (desejo da verdade, de justiça, de beleza).

Desta forma, as perguntas sobre o sentido da existência , tais como: "O que é ser homem?", "Qual o sentido da vida?" irrompem novamente na consciência humana de modo inevitável, atravessando a superficialidade da cultura dominante que produz o esquecimento e a noção de que tais perguntas são socialmente irrelevantes e devem ser negadas ou simplesmente ignoradas.

É a partir da busca do sentido, que é característica própria da razão humana, que o homem é capaz de perceber como um valor a prática da cidadania. Não é este o objetivo de toda a educação? Que o homem possa, a partir do reconhecimento daquilo que o constitui dar corpo à novas formas de relacionamento sociais, que muitas vezes surgem de forma imprevista carregando algo novo e que não estão previstas nos nossos projetos de uma sociedade ideal?

A perspectiva de autonomia, que é enfatizada no documento e pressupõe uma dimensão individual, parece-nos correr o risco do fracasso. O documento reconhece um nível ético individual, mas assume claramente como objetivo "instrumentalizar os alunos na compreensão da realidade e na busca de soluções para questões sociais", encobrindo novamente a noção de realização da natureza humana.

Isto significa em termos práticos, que se o homem não tem consciência de quem é, da estatura humana que pode atingir e abre mão da busca do significado de sua vida, a solidariedade dificilmente será capaz de manter-se além de uma ajuda imediata, quando se compreende a impossibilidade humana de soluções definitivas.

Haveria razões que justificam a necessidade de ser um bom cidadão além da tolerância mútua? Isto será suficiente para garantir ao homem a manutenção do desejo que o move em todos os aspectos de sua vida? Como escapar do poder que nos pede apenas uma atitude de "homologação" como dizia Pasolini?

Não ignoramos que os valores retirados da Constituição partem do reconhecimento da dignidade humana e constituem um "núcleo moral" baseado em valores fundamentais como a justiça, igualdade e solidariedade, que ainda precisam ser implementadas no país. Nossa objeção refere-se à necessidade de uma abordagem ontológica, que enfatize o fundamento da ética, a raiz de toda a ação humana.

A sociedade brasileira necessita de ações urgentes e eficazes, mas a condição para reconstituir o tecido de uma sociedade esfacelada pela miséria, violência, impunidade e individualismo é ajudar o homem a fazer a experiência da busca de sentido, do reconhecimento das exigências que o constituem e o impelem à ação. Desta forma teremos a possibilidade de múltiplas experiências sociais, que partem de homens que também são cidadãos.


quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

QUAL O VALOR DO PISO DO MAGISTERIO EM 2010?



Se, por um lado, a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 4.167), movida pelos governadores considerados “Traidores da Educação, Inimigos da Escola Pública”, gerou polêmica sobre a interpretação de alguns dispositivos da Lei 11.738, por outro, reafirmou a constitucionalidade do PSPN e sua legitimidade quanto política pública destinada a romper com as desigualdades que marcam as condições de vida dos profissionais do magistério, nas diferentes regiões do país.

Por esta razão, a CNTE tem se empenhado em fazer valer a Lei do Piso, tal como foi aprovada no Congresso, pois seus conceitos se entrelaçam com os da valorização da carreira e das condições de trabalho - inerentes à qualidade da educação - e não apenas à questão salarial. Neste sentido, a efetivação do art. 6º da Lei 11.738, que prevê a implementação ou a adequação de planos de carreira à luz do PSPN, embora seja fundamental para a consolidação do Piso como um dos elementos da valorização profissional, só se justifica se forem atendidos todos os preceitos da Lei sob a sua própria ótica conceitual.

Sobre a composição do PSPN para o ano de 2010, não obstante as diversas interpretações dos diferentes atores interessados no assunto, o parâmetro de reajuste que incidirá nas negociações das tabelas salariais dos planos de carreira é o que se encontra disposto no Orçamento da União, de 18,2%. Este percentual é o mesmo adotado para a correção do valor mínimo anual do Fundeb, referente às séries iniciais do ensino fundamental urbano, de acordo com o art. 5º da Lei 11.738.

Assim, uma vez que o PSPN de 2009 foi (ou deveria ter sido) R$ 1.132,40, e que a Lei do Piso aponta o mês de janeiro como data-base - independente de futuras variações a maior ou a menor no valor per capita do Fundeb - para 2010, o valor deve ser de R$ R$ 1.338,50.

A CNTE tem ciência de que o MEC solicitou à Advocacia Geral da União um parecer jurídico acerca da interpretação do julgamento da ADI 4.167, e que o mesmo considera impertinente o reajuste do PSPN em 2009, ou seja, o valor manter-se-ia R$ 950,00 neste ano. Contudo, não é esta a interpretação da assessoria jurídica da CNTE, que mantém o entendimento do reajuste em 2009. E não há dúvida que a palavra final sobre o assunto caberia ao STF, mas esse se mantém omisso nesta questão e no julgamento do mérito da Adin.

É importante lembrar, também, que o Piso é uma referência nacional abaixo da qual nenhum profissional do magistério, com formação Normal de nível médio, pode ser remunerado com base na jornada de trabalho de, no máximo, 40 horas semanais. Portanto, os estados e municípios que tiverem capacidade de honrar valores acima do patamar nacional, assim devem proceder, sob pena de infringir os comandos constitucionais e infraconstitucionais, que vinculam recursos orçamentários para a manutenção e desenvolvimento do ensino e para a remuneração dos profissionais da educação.

Neste momento, a CNTE está encaminhando para todos os municípios do país o Caderno de Educação sobre as Diretrizes de Carreira, lançado na 7ª Conferência Nacional de Educação, a fim de subsidiar o processo de adequação dos planos de carreira da categoria à Lei do piso do magistério. A Confederação também preparará outros materiais para orientar o reajuste dos vencimentos iniciais das carreiras no país. Nosso objetivo é fazer valer a Lei 11.738, de modo a vinculá-la, efetivamente, ao processo de valorização dos profissionais da educação.

Fonte: CNTE Informa 511 - 08 de dezembro de 2009
POR- ADÃO MAXIMO TRINDADE
GRADUANDO EM PEDAGOGIA - UFOP

sábado, 5 de dezembro de 2009

SKINNER - O CIENTISTA DO COMPORTAMENTO E DO APRENDIZADO

Para o psicólogo behaviorista norteamericano, a educação deve ser planejada passo a passo, de modo a obter os resultados desejados na "modelagem" do aluno;


Nenhum pensador ou cientista do século 20 levou tão longe a crença na possibilidade de controlar e moldar o comportamento humano como o norte-americano Burrhus Frederic Skinner (1904-1990). Sua obra é a expressão mais célebre do behaviorismo, corrente que dominou o pensamento e a prática da psicologia, em escolas e consultórios, até os anos 1950. O behaviorismo restringe seu estudo ao comportamento (behavior, em inglês), tomado como um conjunto de reações dos organismos aos estímulos externos. Seu princípio é que só é possível teorizar e agir sobre o que é cientificamente observável. Com isso, ficam descartados conceitos e categorias centrais para outras correntes teóricas, como consciência, vontade, inteligência, emoção e memória – os estados mentais ou subjetivos. Os adeptos do behaviorismo costumam se interessar pelo processo de aprendizado como um agente de mudança do comportamento. "Skinner revela em várias passagens a confiança no planejamento da educação, com base em uma ciência do comportamento humano, como possibilidade de evolução da cultura", diz Maria de Lourdes Bara Zanotto, professora de psicologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Condicionamento operante
O conceito-chave do pensamento de Skinner é o de condicionamento operante, que ele acrescentou à noção de reflexo condicionado, formulada pelo cientista russo Ivan Pavlov. Os dois conceitos estão essencialmente ligados à fisiologia do organismo, seja animal ou humano. O reflexo condicionado é uma reação a um estímulo casual. O condicionamento operante é um mecanismo que premia uma determinada resposta de um indivíduo até ele ficar condicionado a associar a necessidade à ação. É o caso do rato faminto que, numa experiência, percebe que o acionar de uma alavanca levará ao recebimento de comida. Ele tenderá a repetir o movimento cada vez que quiser saciar sua fome. A diferença entre o reflexo condicionado e o condicionamento operante é que o primeiro é uma resposta a um estímulo puramente externo; e o segundo, o hábito gerado por uma ação do indivíduo. No comportamento respondente (de Pavlov), a um estímulo segue-se uma resposta. No comportamento operante (de Skinner), o ambiente é modificado e produz conseqüências que agem de novo sobre ele, alterando a probabilidade de ocorrência futura semelhante. O condicionamento operante é um mecanismo de aprendizagem de novo comportamento – um processo que Skinner chamou de modelagem. O instrumento fundamental de modelagem é o reforço – a conseqüência de uma ação quando ela é percebida por aquele que a pratica. Para o behaviorismo em geral, o reforço pode ser positivo (uma recompensa) ou negativo (ação que evita uma conseqüência indesejada). Skinner considerava reforço apenas as contingências de estímulo. "No condicionamento operante, um mecanismo é fortalecido no sentido de tornar uma resposta mais provável, ou melhor, mais freqüente", escreveu o cientista.
Sem livre-arbítrio
Segundo Skinner, a ciência psicológica – e também o senso comum – costumava, antes do aparecimento do behaviorismo, apelar para explicações baseadas nos estados subjetivos por causa da dificuldade de verificar as relações de condicionamento operante – ou seja, todas as circunstâncias que produzem e mantêm a maioria dos comportamentos dos seres humanos. Isso porque elas formam cadeias muito complexas, que desafiam as tentativas de análise se elas não forem baseadas em métodos rigorosos de isolamento de variáveis. Nos usos que projetou para suas conclusões científicas – em especial na educação –, Skinner pregou a eficiência do reforço positivo, sendo, em princípio, contrário a punições e esquemas repressivos. Ele escreveu um romance, Walden II, que projeta uma sociedade considerada por ele ideal, em que um amplo planejamento global, incumbido de aplicar os princípios do reforço e do condicionamento, garantiria uma ordem harmônica, pacífica e igualitária. Num de seus livros mais conhecidos, Além da Liberdade e da Dignidade, ele rejeitou noções como a do livre-arbítrio e defendeu que todo comportamento é determinado pelo ambiente, embora a relação do indivíduo com o meio seja de interação, e não passiva. Para Skinner, a cultura humana deveria rever conceitos como os que ele enuncia no título da obra.


Máquinas para fazer o aluno estudar
A Educação foi uma das preocupações centrais de Skinner, à qual ele se dedicou com seus estudos sobre a aprendizagem e a linguagem. No livro Tecnologia do Ensino, de 1968, o cientista desenvolveu o que chamou de máquinas de aprendizagem – a organização de material didático de maneira que o aluno pudesse utilizar sozinho, recebendo estímulos à medida que avançava no conhecimento. Grande parte dos estímulos se baseava na satisfação de dar respostas corretas aos exercícios propostos. A idéia nunca chegou a ser aplicada de modo sistemático, mas influenciou procedimentos da educação norte-americana. Skinner considerava o sistema escolar um fracasso por se basear na presença obrigatória, sob pena de punição. Ele defendia que se dessem aos alunos "razões positivas" para estudar. "Para Skinner, o ensino deve ser planejado para levar o aluno a emitir comportamentos progressivamente próximos do objetivo final, sem que para isso precise cometer erros", diz Maria de Lourdes Zanotto. "A idéia é que a máquina de aprendizado se ocupe das questões factuais e deixe ao professor a tarefa fundamental de ensinar o aluno a pensar."

ADAO MAXIMO TRINDADE


COMO SERIA ESCOLA IDEAL?


A pedido do Jornal de Brasília, o professor e chefe do Departamento da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília, Remi Cassione, traçou o perfil do que seria, na opinião dele, considerado uma escola ideal. Seria aquela que consegue prover as condições para o seu funcionamento, tendo uma boa infraestrutura para atender às necessidades de ensino. Além de melhorar as condições dos prédios escolares, Cassione sugere investir em laboratórios e salas para outras atividades.

A escola ideal também seria em tempo integral. Mas não com aulas o dia inteiro. "As aulas normais aconteceriam em um período. No outro, seriam desenvolvidas atividades de artes e música para envolver o aluno e o incentivar a ficar mais tempo na escola", argumenta o professor. Multidisciplinariedade entre as matérias também seria essencial. Relacionar, por exemplo, matérias de química e matemática em uma aula e poder levar isso para a realidade do aluno é de extrema importância, segundo Cassione.

Além disso, é muito importante investir no corpo docente. "De nada adianta ter a escola perfeita em in-fraestrutura se não tiver professores felizes trabalhando lá", explica. E para os professores e coordenação é necessário um treinamento para que eles possam se adequar a uma nova realidade. "Requalificar espaços, preparar professores, tudo isso é algo que tem que mudar", acrescenta.

VIVÊNCIA DE MUNDO

O professor Cassione defende que a escola ideal deve ter um ensino voltado para a prática, para a vivência do mundo. Essa noção do mundo, dada pela escola, é diferente no Ensino Fundamental e Médio. A vivência para o Ensino Fundamental estaria relacionada, por exemplo, no contato com a natureza. "É necessário adaptar o currículo de acordo com o mundo real. A natureza se torna parte da pedagogia em termos de aprendizagem", explica.

Já no Ensino Médio, o grande desafio é inserir os jovens no mercado de trabalho. Para isso, é necessário trabalhar essa nova etapa da vida com eles. "A escola tem que oferecer algumas opções profissionais", afirma o professor. Um erro das escolas de Ensino Médio, segundo o especialista, é preparar os alunos somente para o vestibular.

As escolas técnicas são hoje as que mais se aproximam do ideal de inserção no mercado de trabalho. Elas oferecem currículo com matérias específicas para cada profissão. O erro está em não ter um currículo ligado, por exemplo, às artes. "Seria ideal ter algumas matérias específicas para que o aluno se interesse pelo o mercado de trabalho", afirma Cassione.

"De nada adianta ter a escola perfeita em infraestrutura se ela não tiver professores felizes"

Remi Cassione, chefe do Departamento da Faculdade de Educação da UnB
Por: ADÃO MAXIMO TRINDADE
GRADUANDO EM PEDAGOGIA-UFOP
Por:

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

"Entre Les Murs".


Resumo exclusivo aos graduando em Pedagogia da UFOP- Alvinopolis-Mg, um vez que o filme realcionado foi solicitado como exigência à disciplina de atvidades Cientifico-Cutural


Entre Les Murs”acompanha um ano lectivo dum professor e da sua turma numa escola dum bairro problemático de Paris, microcosmos da multi-etnicidade da população francesa e espelho dos contrastes multiculturais dos grandes centros urbanos de todo o mundo.
O professor François (interpretado pelo próprio François Bégaudeau, autor do livro que deu origem ao filme) e os seus colegas de trabalho, preparam-se para mais um desafiante e complicado ano escolar. Cheios de boas intenções, estão decididos a não deixarem que o desencorajamento os impeça de tentar dar a melhor educação aos seus pupilos. No entanto, as culturas e as diferentes atitudes colidem frequentemente dentro da sala de aula, provocando um ambiente instável e conflituoso entre os alunos. François que sempre insistiu numa atmosfera de respeito e empenho dentro da sala de aula, vê os seus métodos de ensino serem postos em causa pelos seus irredutíveis alunos, algo que o obriga a repensar a sua estratégia de ensino e a criar diversas maneiras que estimulem a aprendizagem da sua turma.
Como se pode facilmente deduzir pelo resumo em cima descrito, o argumento de “Entre Les Murs” elabora uma competente e interessante crónica sobre a constante “luta” entre professores e alunos.
O filme descreve de forma muito real e explícita, os confrontos praticamente diários entre duas figuras completamente distintas em termos de poder e autonomia, mas que no final do dia estão no mesmo barco educativo. Esta obra de Laurent Cantet é altamente imparcial não tomando partido de nenhum dos lados, não ataca indiscriminadamente os métodos tradicionais de ensino mas também não coloca os professores num pedestal superior ao dos alunos que são caracterizados sem qualquer estereotipo de perfeição ou desleixo, são tidos como simples adolescentes provenientes de diversas culturas e escalões da sociedade.
Ao actuar desta maneira, o argumento consegue transmitir ao espectador uma ideia credível e imparcial do que realmente se passa em muitas escolas públicas europeias, onde os problemas sociais e comportamentais afectam todos os indivíduos envolvidos no processo educativo porque nenhum deles é perfeito.
“Entre Les Murs” não tem como função criticar o sistema educativo francês ou europeu, é de conhecimento geral que o sistema público nunca será melhor que o privado em termos de condições mas pode supera-lo em termos pedagógicos e é essa a verdadeira função do filme, mostrar como é que isso pode ser possível.
Através das aulas do professor François, podemos concluir que o trabalho dum bom professor é muito amplo e não se limita ao ensino da matéria, um bom docente deve ter muita paciência e criatividade para poder lidar convenientemente com um grupo heterogéneo de adolescentes que exige muito de um só individuo, também é verdade que o professor deve mostrar firmeza na hora de dialogar com os alunos mas também deve mostrar algumas ideias de diplomacia na hora de explicar aos alunos as regras básicas do respeito e do convívio social, não só entre eles mas também entre o público geral. Estas são algumas das ideias que o filme pretender passar ao espectador, ideias essas que pretendem melhorar um sistema educativo público que lecciona milhões de indivíduos em todo o mundo e que de certa forma, os prepara para enfrentar a difícil realidade laboral e social.

“Entre Les Murs” foca-se no campo educacional mas também abrange o campo cultural já que a turma do professor François, apresenta uma ampla variedade de etnias e culturas que nem sempre se dão bem. Ao longo do filme são vários os choques ideológicos que emergem nas discussões da sala de aula, todos eles tem um fundamento bastante real e são “resolvidos” através da diplomacia e do bom senso que a figura do professor tenta transmitir. Estes “conflitos” ideológicos funcionam como um espelho da realidade vivida em muitas das escolas públicas e privadas dos grandes centros urbanos, no entanto, ao contrário do que acontece no filme, muitos desses conflitos reais não são sanados e podem acarretar graves consequências sociais, psicológicas ou físicas para os alunos.

Laurent Cantet aborda esta complexa histórica dramática duma forma extremamente competente e preceptiva, fá-lo através duma realização eficaz que se aproxima da simplicidade dum documentário ou duma reportagem televisiva, sem nunca entrar em exageros dramáticos ou irrealistas. Cantet transmitiu da melhor maneira uma história complexa e com fundamentos reais que só poderia ter sido abordada desta maneira, com muita humanidade e simplicidade.
O elenco do filme é composto por actores amadores, sem qualquer experiência no mundo do cinema.
Os alunos que compõem a turma são todos vulgares adolescentes que foram escolhidos entre alunos dum liceu francês, com quem Laurent Cantet trabalhou todas as semanas durante um ano lectivo em ateliers de improvisação e Workshops de representação. François Bégaudeau, o autor do livro que originou o filme, também se estreia como actor em “Entre Les Murs”.
Apesar da sua falta de profissionalização e experiência, estes actores conseguiram apresentam uma performance bastante interessante que é movida por uma naturalidade impressionante que atribui credibilidade e realidade à história que é contada.

“Entre Les Murs” é um poderoso drama realista que oferece uma autêntica lição de vida, sobre a ampla sociedade cultural em que vivemos e sobre a difícil tarefa de ser professor numa sociedade como esta. Um filme imperdível!
Por : Adão Maximo Trindade

PRO DIA NASCER FELIZ- RESUMO DO FILME-UFOP


Este resumo destina-se exclusivamente aos graduandos em Pedagogia da UFOP-MG, que neste momento do estudo cientifico-cultural, foram orientados a assistir este documentario para ser debatido em seguida num seminario acadêmico.
O filme do diretor João Jardim, Pro dia nascer feliz apresenta depoimentos de alunos e professores de escolas públicas e privadas de várias regiões do país. É um filme tocante, sim, mas para um educador, pouco do que ali está apresentado realmente pode fazer alguma diferença ou mesmo sensibilizar.

A realidade educacional brasileira é muito complexa. Como o próprio filme registra, em 1962 apenas metade dos 14 milhões de jovens freqüentavam a escola. Hoje, 97% das crianças e jovens em idade escolar estão regularmente matriculados, mas isso não significa qualidade de ensino e aprendizagem. Pelo contrário…
O Brasil sempre aparece nas últimas posições em pesquisas que analisam leitura, escrita e raciocínio lógico. Durante décadas o país privilegiou o ensino superior e acabou esquecendo a educação básica.

O estado se mostra preocupado em consertar a situação, mas resolveram fazer isso tarde demais. Não que não seja mais possível, mas nada será resolvido com medidas paliativas. Para mudarmos o quadro, precisamos de tintas completamente novas.

Um fato alarmante: a maioria dos professores brasileiros (mais de 60%, pra ser exato) atualiza-se apenas através da televisão. Muitos não lêem livros e nem têm acesso à internet. Isso sem falar nos ridículos salários que recebem… Para um professor viver bem numa cidade grande, sozinho, precisa receber pelo menos dois mil reais. Se tiver esposa e filhos, o salário precisaria passar fácil dos três mil reais. Porque um professor não deveria pagar apenas contas de luz, água, telefone e cesta básica. Todo professor deveria ser um assíduo freqüentador de cinema, teatro e shows, deveria constantemente acessar a internet, fazer cursos de atualização, especialização, mestrado, doutorado, deveria mensalmente comprar aqueles livros que as editoras não enviam aos professores, porque um professor não deveria e nem poderia ler apenas o que trabalha com seus alunos.

É claro que essa constante atualização por que deveria passar qualquer professor não significa obrigatoriamente melhoria da qualidade de ensino. Um professor que fez apenas sua graduação e recebe um salário baixo pode ser muito melhor do que um professor experiente, com vários títulos em seu currículo e uma renda gorda. Uma aula boa, um professor que prenda a atenção de seus alunos e que consiga ensinar corretamente depende muito mais de disposição e garra do que de experiência e grana.

A verdade é que a sociedade não prestigia o trabalho do professor. Nem o governo. O que acontece então?! Professores desestimulados, desatualizados e desinformados geram alunos desestimulados, desatualizados e desinformados… É claro que a coisa não é tão simples.

Um grave problema, perceptível em qualquer classe social, de acordo com o filme, é o fato de que os pais dos alunos também não os estimulam, também não acreditam em seus filhos. Às vezes nem vêem seus filhos diariamente. Isso prejudica radicalmente o trabalho do professor. Para o aluno, ter reconhecido seu esforço por parte dos pais é fundamental. Se os pais não acreditarem em seus filhos, ninguém mais acreditará. É claro que existem pais dedicados, o que também não garante um bom desempenho escolar do filho, mas já é meio caminho. O que um pai não pode esperar da escola é que seu filho sairá formado com excelentes notas e um bom intelecto sem que ele apóie seu filho e a escola, o trabalho que ela desenvolve.

Como sugere uma professora no filme, talvez a escola, nos moldes atuais, realmente precise de uma radical transformação. Percebo que são pouquíssimos os alunos interessados em aprender. O senso comum nos mostra professores de escolas públicas que dizem que seus alunos os respeitam e acreditam que é através da educação que podem vencer na vida. Vêem no professor uma ferramenta para ascender socialmente. Infelizmente não é a regra para boa parte dos estudantes brasileiros. A maioria dos jovens que estudam em colégios particulares, entretanto, vê no professor a figura que está lhe atrapalhando na conclusão de seus estudos básicos. O único professor adorado por todos os alunos é o dos cursinhos pré-vestibulares, porque é o cara que não faz chamada, não dá nota, estimula e garante que vai colocá-lo na universidade.

Mas o que o filme revela de mais assustador e que, se algum adulto sabia, não contou pra ninguém, é o fato de que os adolescentes precisam ser muito mais ouvidos porque suas angústias são maiores do que podemos imaginar. Uma das meninas diz: “Tenho medo de coisas totalmente complexas e grandiosas, como o medo da morte, o que acontece depois da vida, quem sou eu, o que vai acontecer comigo. São coisas que você começa a pensar e que não têm resposta”. É uma aflição de uma menina de classe média-alta (ou alta), que estuda num dos colégios mais caros do país, mas é uma aflição que se espalha entre outros alunos Brasil afora, de todas as classes sociais…

Como propôs Gilberto Dimenstein em recente artigo no caderno Cotidiano da Folha de São Paulo, “nada é pior que não reverenciar talentos”. As angústias desses adolescentes se transformam em talento, como bem demonstra Pro dia nascer feliz. Pais, alunos, professores e políticos deveriam ser obrigados a assistir Pro dia nascer feliz. Talvez assim o Brasil realmente tenha um futuro promissor.
POR: ADÃO MAXIMO TRINDADE

domingo, 22 de novembro de 2009

O REI E A RAINHA ESTÃO NUS?


“Pois bem, temos aqui outra tarefa para o educador...: ensinar a trair racionalmente, em nome da nossa única e verdadeira pertença essencial, a humana, o que haja de excludente, fechado e maníaco em nossas afiliações acidentais, por mais confortáveis que estas sejam para os espíritos acomodados, que não querem mudar de rotinas ou arranjar conflitos” (SAVATER, O valor de educar, p. 192).

Sabemos a velha história da roupa invisível do rei, o qual, ao vesti-la, pôs-se a caminhar entre os súditos em pêlo. Esse fato levou uma criança a acionar o amor à verdade a apontar o dedo: “O rei está nu”.

Nosso tempo é outro, mas ainda reis e rainhas circulando entre nós. Entre eles estão o rei-professor e a rainha-professora, os quais pensam ter o suposto direito de vida e morte sobre quem senta na cadeira de aprendente.

Lembro-me de uma professora-rainha diante de um aluno com dificuldade de aprender, isso na faculdade. Essa mestra empregou seu poder verbal para dizer àquele aluno que ele “faria melhor se fosse vender banana no mercado, porque ele não servia para o estudo da matéria ministrada por ela”. O aluno ficou arrasado e cometeu o desatino de escolher que a escolha da rainha prevalecesse sobre ele, pois foi à secretaria da instituição e faz o trancamento da matrícula.

Presenciei ainda a ação destrutiva de um professor-rei: não conseguindo se fazer entender por uma turma inteira da educação básica, o docente desqualificou a todos ao chamá-los de “burros despreparados” e “néscios sem futuro”, os quais “seriam melhor aproveitados como trabalhadores braçais” (não sei o que pode haver de indigno na profissão dos feirantes, muito menos na daqueles que enchem nossas mesas de alimentos...). O fato é que também por conta da fala desse mestre-rei, muitos abandonaram a escola e se entregaram ao cuidado da própria vida em paragens onde vislumbraram ser melhor compreendidos e equilibradamente humanizados.

As histórias reais de pedagogicídio lembradas anteriormente não são da época daquele rei denunciado pela criança; estão vivinhos da silva entre nós. Precisamos identificá-los bem, tanto para nossa própria defesa, quanto para a prevenção do discentecídio verificado a amiúde em nosso sistema formal de ensino, nos níveis da educação básica e de terceiro grau.

Ademais, a lembrança dessas ocorrências antipedagógicas podem nos levar a outras reflexões. Por exemplo: o que justifica a existência da escola, do professor e dos processos de ensino-aprendizagem? De minha parte, creio que a admissão do “não saber”, da “ignorância sadia”, que são expressões do “do desejável sei que não sei”, constituem a justificativa para a existência da instituição de ensino, do profissional da educação e dos atos de aprender e ensinar. Se todos nascessem sábios iluminados, faria sentido a existência do aparato educativo mantidos pela sociedade em no âmbito da educação formal?

Então, se é a “sábia ignorância” a razão de ser do professor, esse que é humanamente igual ao estudante, mas epistemologicamente diferente por deter mais experiências com a transmissão, a produção e a aplicação de conhecimentos, não há porque continuarmos a aturar os professores-reis e as professoras-rainhas.

Precisamos dizer a esses equivocados mestres que a roupagem do totalitarismo pedagógico que vestem e que a capa da tirania epistêmica que ostentam, em verdade, não lhes protege a vergonha de não dominarem o “como fazer” (prática) de sua profissão e que isso lhes compromete o “que” (a teoria) e coloca a baixo o “para que” (ética) de sua ocupação. E se esses pseudos formadores não têm consciência disso, alguém precisa lhes dizer: rei e rainha, vossas excelências estão nus.

E, vendo o dedo apontando-lhes o malogro, tomara que tratem de se vestir. Nossos filhos e filhas que querem aprender e a nação que precisa de homens e mulheres consistentemente formados para a vida concreta, profissional e cidadã, agradecem.
Por: Adão Maximo Trindade - Graduando em Pedagogia - UFOP-MG
* Artigo publicado no Jornal Estado do Tocantins.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

20 de NOVEMBRO - "DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA"

“A luta pela liberdade dos negros brasileiros jamais cessou. Em 1971, um significativo capítulo de nossa história vinha à tona pela ação de homens e mulheres do Grupo Palmares. Lá do Rio Grande do Sul era revelada a data do assassinato de Zumbi, um dos ícones da República de Palmares. Passados sete anos, ativistas negros reunidos em congresso do Movimento Negro Unificado contra a Discriminação Racial cunharam o 20 de novembro como Dia da Consciência Negra. Em 1978, era dado o passo que tornaria Zumbi dos Palmares um herói nacional, vinculado diretamente à resistência do povo negro. Herdamos os propósitos de Luiza Mahin, Ganga Zumba e legiões de homens e mulheres negras que se rebelaram a um sistema de opressão. Lançaram mão de suas vidas a se conformarem com a prisão física e de pensamento. Contrapuseram-se ante às tentativas de aniquilamento de seus valores africanos e contribuíram com seus saberes para a fundação e o progresso do Brasil.

Orgulhosamente, exaltamos nossa origem africana e referendamos a unidade de luta pela liberdade de informação, manifestação religiosa e cultural. Buscamos maior participação e cidadania para os afro-brasileiros e nos associamos a outros grupos para dizer não ao racismo, à discriminação e ao preconceito racial.

Que este 20 de Novembro, assim como todos os outros, seja de muita festividade, alegria e renove nossas energias para continuarmos nossa trajetória para conquista de direitos e igualdade de oportunidades. Estejamos todos, homens e mulheres negras, irmanados nesta caminhada pela liberdade e pela consciência da riqueza da diversidade racial!”

Quando tudo aconteceu...( Foto de Zumbi dos Palmares)
1600: Negros fugidos ao trabalho escravo nos engenhos de açúcar de Pernambuco, fundam na serra da Barriga o quilombo de Palmares; a população não pára de aumentar, chegarão a ser 30 mil; para os escravos, Palmares é a Terra da Promissão. - 1630: Os holandeses invadem o Nordeste brasileiro. - 1644: Tal como antes falharam os portugueses, os holandeses falham a tentativa de aniquilar o quilombo de Palmares. - 1654: Os portugueses expulsam os holandeses do Nordeste brasileiro. - 1655: Nasce Zumbi, num dos mocambos de Palmares - 1662 (?): Criança ainda, Zumbi é aprisionado por soldados e dado ao padre António Melo; será baptizado com o nome de Francisco, irá ajudar à missa e estudar português e latim. - 1670: Zumbi foge, regressa a Palmares. - 1675: Na luta contra os soldados portugueses comandados pelo Sargento-mor Manuel Lopes, Zumbi revela-se grande guerreiro e organizador militar. - 1678: A Pedro de Almeida, Governador da capitania de Pernambuco, mais interessa a submissão do que a destruição de Palmares; ao chefe Ganga Zumba propõe a paz e a alforria para todos os quilombolas; Ganga Zumba aceita; Zumbi é contra, não admite que uns negros sejam libertos e outros continuem escravos. - 1680: Zumbi impera em Palmares e comanda a resistência contra as tropas portuguesas. - 1694: Apoiados pela artilharia, Domingos Jorge Velho e Vieira de Mello comandam o ataque final contra a Cerca do Macaco, principal mocambo de Palmares; embora ferido, Zumbi consegue fugir. - 1695, 20 de Novembro: Denunciado por um antigo companheiro, Zumbi é localizado, preso e degolado.
Por: Adão Maximo Trindade - Graduando em Pedagogia - UFOP

terça-feira, 17 de novembro de 2009

A INVENÇÃO DA INFÂNCIA

Criança e infância parecem sinônimos. E assim deveria ser. Mas, infelizmente, não é... Na realidade, o que entendemos por infância é um conceito de felicidade, criado na época do Renascimento, no início da Idade Moderna (entre o final do século XV e o século XVI). Surgido num período de pujança, crescimento, confiança, crença na humanidade e em suas possibilidades.

Ao mesmo tempo em que floresciam as obras de Shakespeare, Galileu, Da Vinci, Cervantes e Hobbes – a revolucionar a ciência, a arte, a literatura, a filosofia e o conhecimento em geral, também estava no nascedouro a ideia de infância.

E o que seria esta infância senão o momento em que nossos meninos e meninas cresceriam brincando, aprendendo, convivendo, partilhando, rindo e chorando? Pois era esta concepção que surgia. As crianças poderiam inventar brincadeiras e brinquedos, teriam tempo para conhecer os livros e as histórias mais incríveis, correriam livres pelos campos e ruas a chutar lata ou o que encontrassem pela frente...

Um pouco mais para frente no tempo, já na época das revoluções burguesas, surgia a ideia da educação pública, direito universal adquirido por todo e qualquer cidadão, o que aprimorava o conceito anterior de infância porque concedia real acesso ao conhecimento por parte das crianças.

Mas mesmo assim, com ideias sendo consagradas por pensadores e celebradas em leis, a realidade se manteve afastada daquilo que se previa no papel. O preto no branco não garantia a infância para todas as crianças. Ainda era grande a quantidade de infantes que não frequentava escolas. Também abundavam os menores que ao invés de brincarem tinham que trabalhar nos campos, nas oficinas, no comércio...

E o que esperar então quando chegamos ao século XX, com todos os seus avanços sociais, políticos, econômicos e culturais? Não seria natural que com o advento de tantas facilidades a partir deste momento da história humana realmente se configurasse o encontro definitivo e universal das crianças com a infância?

Ainda assim não se pode afirmar categoricamente que toda criança vive a infância como deveria, com a felicidade de quem pode brincar de boneca ou chutar bola, estar numa sala de aula, alimentar-se dignamente, não ser obrigada a quebrar pedra ou cortar cana... Que infância é esta?

É claro que o mundo em que vivemos, que já transitou do século XX para o terceiro milênio tem milhões de crianças que de algum modo vivem a infância sonhada, senão totalmente, pelo menos de forma parcial... São os filhos de famílias que conseguem dar-lhes o acesso à escola, aos brinquedos, às amizades, aos livros, aos passeios...

Mas mesmo estas crianças sentem o peso da modernidade... Do relógio a oprimir o seu viver... Com os tique-taques a lhes dirigir os passos, definindo uma série de compromissos para que seu futuro seja melhor... Ou ainda, mesmo que crianças de corpo, mente e alma, compelidas pelos meios de comunicação a agir e pensar como adultos... Que infância é esta?

A Invenção da Infância propõe ao espectador uma reflexão sobre o que significa ser criança no mundo contemporâneo. Partindo do princípio de que nem toda criança tem infância, o filme mostra como o conceito de infância, enquanto sinônimo de inocência e fragilidade, começou a ser construído entre os séculos XVI e XVII, a partir das conquistas do pensamento humanista. Ao entrevistar crianças em três estados do Brasil - país descoberto na mesma época em que a Europa inventava a infância - a diretora Lilian Sulzbach revela que ao final do século XX a infância ideal sonhada pelos homens da Renascença está duplamente ameaçada. No interior do nordeste, crianças trabalham em canaviais, plantações de sisal e pedreiras em troca de comida ou de alguns poucos centavos. Ao mesmo tempo, em algumas metrópoles com seus shopping-centers escolas de elite e bairros nobres, o sonho de uma infância livre de trabalho e preocupações é substituído por uma extenuante rotina de atividades de preparação para a competitiva vida adulta. Para além das injustas condições econômicas que separam essas crianças, o advento de uma cultura essencialmente audiovisual - que permite a adultos e crianças terem acesso ao mesmo tipo de informação - e a perversão de valores de uma sociedade consumista e narcísea iguala a todos, arrancando a sua inocência de forma definitiva e irreversível.

Por Adão Maximo Trindade, graduando em Pedagogia - UFOP, que foi criança, que teve infância, subindo em árvores, chutando bola, brincando de carrinho e que, por conta disto, fica muito sensibilizado e revoltado em ver como as crianças não têm direito e espaço para brincar, estudar...

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

VITÓRIAS PARA A EDUCAÇÃO




04-NOV-2009

Nesta semana todos os que lutam pelo ensino de qualidade e defendem a educação como porta para o desenvolvimento social, político e econômico puderam comemorar, juntamente com o senador Cristovam Buarque, a sanção da lei que universaliza o ensino médio. Com esta lei todas as escolas de ensino médio terão que ofertar vagas a todos os alunos que procurarem. A lei resolve um dos problemas da educação no ensino médio que era a falta de vagas.
Nesta semana também, tivemos mais uma vitória para a educação que foi à aprovação por parte do senado de uma proposta de emenda à constituição (PEC) que, entre outras disposições, reduz anualmente a partir deste ano o percentual de desconto feito nos repasses da União à área da educação pela chamada Desvinculação dos Recursos da União (DRU). Esta proposta partiu do PT, numa PEC apresentada em 2003, mas teve no Senador Cristovam Buarque uma grande alavanca, pois foi ele quem firmou acordo com o governo, no momento da votação da CPMF, de que só votaria na sua renovação se o governo garantisse a aprovação da PEC da Desvinculação, e o compromisso foi cumprido pelo governo.
Nesta última semana também tivemos a vitória no Senado, de mais um projeto de Buarque, o que assegura aos prof essores concursados da rede pública acesso aos cursos de pedagogia e licenciatura sem necessidade de vestibular. O projeto agora vai para a Câmara e, se lá aprovado, vai se transformar em lei. A intenção do projeto é melhorar a qualidade da formação dos professores e das escolas públicas. “Infelizmente, muitos deles hoje não têm condição de passar no vestibular de uma faculdade pública, e não tem dinheiro para estudar numa faculdade particular. E nossas crianças merecem professores com formação melhor”, disse o senador.
Estas três vitórias que estamos comemorando revelam a necessidade de termos políticos comprometidos com a Educação e que sejam verdadeiros revolucionários da educação. Hoje, no Brasil, todos lançam mão das bandeiras da educação durante o período eleitoral mas, passadas as eleições, elas são esquecidas. Por isso, devemos analisar quais os políticos que vivem a realidade da educação, quais os políticos que tem compromissos com qualidade, quais demonstram na sua história política de vida uma luta a favor da educação, pois só assim separaremos os oportunistas daqueles, que realmente fazem a defesa da educação, que acreditam que pela educação podemos realizar a grande revolução que este país precisa.
Uma revolução social, uma revolução ética, uma revolução q ue promova a mesma chance para todos, escola de qualidade tanto para filhos dos trabalhadores como para os filhos dos políticos, empresários e juízes. Que os professores tenham dignidade na realização de sua profissão, que não precisem mendigar e que tenham a chance de ter uma formação inicial e continuada baseada num ensino de qualidade
Por: Adão Maximo Trindade
Graduando em Pedagogia / UFOP

sábado, 7 de novembro de 2009

SUNITA E XIITAS





Quando as divergências dos povos muçulmanos ganham destaque nos noticiários, muitas pessoas ficam confusas sobre as tendências políticas e concepções religiosas que regem as diversas facções políticas islâmicas. Geralmente, muito se fala sobre a contenda entre os xiitas e sunitas, mas poucos ainda conseguem distinguir que tipo de diferenciação é essa. Para tanto, devemos voltar os olhos para o processo de formação da religião muçulmana e a expansão do mundo árabe.

Por volta do século VII, logo após a disseminação do islamismo na Península Arábica, os convertidos a essa nova religião organizaram investidas militares que deveriam empreender a conversão religiosa de outros povos estrangeiros. Também conhecida como jihad, essa ação tomada pelos árabes islâmicos possibilitou a conquista de um vasto território que, com passar do tempo, se estendeu por regiões da Ásia, do Norte da África e da Península Ibérica.

A partir de então, o poderio sobre as ricas terras conquistadas com o processo de avanço da crença muçulmana estabeleceu uma contenda política sobre quem deveria de fato prosseguir controlando as regiões subordinadas ao comando árabe-islâmico. Sem dúvida, o crescimento da comunidade islâmica contribuiu fortemente para que novos grupos políticos aparecessem. Foi por meio de tal disputa que os sunitas e xiitas passaram a ganhar terreno como os dois principais partidos políticos do mundo árabe.

Partindo de uma noção de viés religioso, os sunitas adotam a Suna – livro que conta a trajetória do profeta Maomé – como referencial na resolução das questões não muito bem esclarecidas pelo Alcorão. Seguindo tal livro sagrado, os sunitas somente reconhecem a ascensão dos líderes religiosos que fossem diretamente escolhidos pela população islâmica. Ao todo, os sunitas representam cerca de 80% da comunidade islâmica espalhada pelo mundo.

Tomando outras justificativas, o grupo xiita prefere uma interpretação mais rígida do Alcorão e não reconhece os conselhos e exemplos provenientes de qualquer outro livro. De acordo com os xiitas, o mundo islâmico deve ser politicamente controlado por membros diretos da família do profeta Maomé. A justificativa apresentada para tal opção se baseia na crença de que somente os descendentes da casa de Maomé teriam a sabedoria necessária para conduzir os fiéis.

Apesar das divergências políticas apresentadas, os árabes muçulmanos conseguiram propagar a sua crença para diversas civilizações espalhadas pelo mundo. Segundo indica algumas pesquisas, o islamismo é uma das religiões que mais crescem ao redor do mundo. Atualmente, o grupo político xiita é comumente associado aos pequenos grupos terroristas que mancham a reputação do mundo árabe. Contudo, tais alas radicais não refletem as posições políticas e religiosas de grande parte da comunidade
Por: Adão maximo Trindade
Graduando em Pedagogia
UFOP-MG