terça-feira, 8 de junho de 2010

Estresse Infantil

Estresse infantil: pais desconhecem o que deixa os filhos preocupados: Um novo estudo mostra que os pais não estão atentos aos sinais de estresse nos seus filhos.

489190 sxc Estresse infantil: pais desconhecem o que deixa os filhos preocupados

Estudos feitos pela Academia Americana de Psiquiatria (APA) mostram que há uma grande distância entre pais e filhos: os fatores que as crianças indicam como sendo os focos de suas preocupações nem sempre são enxergados, pelos pais, como algo que poderia estressá-las. Isso pode ter repercussões em longo prazo na saúde física e mental desses indivíduos.

Os estudos acompanharam crianças e adolescentes entre 8 e 17 anos, que indicaram que suas maiores preocupações, entre outras coisas, eram sobre seus afazeres escolares, o que pensar do futuro acadêmico e sobre as finanças da família. Esses indivíduos também reportaram sofrer de dores de cabeça constantes, problemas para dormir e dores ou complicações estomacais. Mas o que surpreendeu os pesquisadores foi a total falta de conhecimento, por parte dos pais, sobre os problemas dos filhos.

Apenas 13% dos pais entrevistados notaram o estresse nos filhos

Durante o estudo, uma em cada três crianças (mais de 30%) indicou ter tido dores de cabeça no mês anterior à pesquisa, assim como 44% indicaram problemas com o sono. Mas apenas 13% dos pais associaram essa condição a fatores ligados ao estresse.

Mais da metade dessas crianças indicou também ter grandes preocupações na vida, mas apenas 3% dos pais achavam que seus filhos estavam com algum nível de estresse avançado. Um ponto intrigante foi o fato de que aproximadamente 30% dos filhos se diziam preocupados com a situação econômica da família, fato desconhecido por 82% dos pais.

O estresse crônico, lembra Katherine Nordal, uma das pesquisadoras envolvidas com as pesquisas, pode levar a transtornos mentais assim como piorar a saúde dessas crianças e adolescentes. Para a pesquisadora, é importante que os pais verbalizem o fato de que estarão lá para ouvir os filhos sobre seus problemas e tranquilizá-los quando possível.

Os pais precisam demonstrar a intenção de se preocuparem com o que aflige seus filhos. Se os pais não são receptivos, as crianças acabam sofrendo mais ainda com os problemas que enfrentam”, diz Nordal.

É interessante observar também que entre os pais, as mulheres foram as que demonstraram os maiores níveis de estresse: 15% das mães, contra apenas 3% dos pais, apresentaram níveis de estresse altíssimos (nota 10 dos 10 pontos possíveis na escala usada). Além de insônia e desregulação dos hábitos alimentares o estresse pode levar a problemas dentro do relacionamento conjugal e entre a família, incluindo os filhos.

Estresse infantil diário: pesquisa aponta urgência na prevenção desse mal contemporâneo


1192397 aa Estresse infantil diário: pesquisa aponta urgência na prevenção desse mal contemporâneo Pesquisadores da Universidade de Málaga, Espanha, criaram um método chamado “Inventário de Estressores Diários” (IIEC, sigla em espanhol), que visa ajudar a reconhecer crianças em idade escolar que sofram de estresse infantil crônico. De acordo com os especialistas, preocupações como aparência física, ter muitas atividades extra-curriculares e ficar sozinho durante muito tempo em casa são alguns dos fatores que aumentam o risco das crianças sofrerem com o estresse.

“O inventário deixa claro a necessidade de ferramentas específicas que deem conta de medir o estresse diário entre as crianças”, diz Maria Trianes, autora principal do estudo que resultou no desenvolvimento do IIEC, e que foi publicado no periódico científico espanhol Psicothema. O IIEC lista 25 situações diárias e foca os dados relativos a saúde, escola, família e relacionamentos com outras crianças. Pais e professores também participam da avaliação, apontando suas próprias observações sobre as crianças. Soma-se a isso análises de indicadores hormonais (níveis de cortizol ao despertar pela manhã) o que ajuda a acompanhar mudanças emocionais diárias.

“O IIEC pode apresentar informações valiosas para o desenvolvimento de técnicas de intervenção psicoeducadionais e que contribuam para melhorar a interação durante o período escolar, encorajando as crianças a desenvolver maneiras de gerenciar o estresse do dia a dia, e ao qual estão expostas”, afirmam os pesquisadores.

Pouca atenção para o problema

O estudo acompanhou mais de mil crianças com idade entre 8 e 12 anos de diversos níveis sócio-econômicos. “São poucos os estudos sobre estresse infantil diário ou que procurem entender a dinâmica desses grupos específicos de crianças e adolescentes”, diz Trianes.

O estresse infantil crônico tem sido uma área que começou a ser estudada a pouco mais de 20 anos. Os especialistas afirmam que o estresse leva crianças e adolescentes a desenvolver sintomas de depressão, ansiedade, transtornos do sono e alimentares, levando ao desenvolvimento de comportamentos desequilibrados e que se refletem no desempenho acadêmico. Além de tudo isso, há também diversas consequências para a saúde física.

“A prevenção e o tratamento efetivo desse tipo de estresse com certeza terá impacto positivo na saúde mental e no desenvolvimento pessoal durante a infância e adolescência”, conclue Trianes.


Editado Por: Adão Maximo Trindade - Graduando em Pedagogia

Obs: Os pontos grifados e negritados, são de minha responsabilidade.