Um deles teria sido a entrada dura e crua do México no NAFTA. Em resumo: grandes empresas dos EUA instalaram fábricas nas grandes cidades do norte do México, em busca do baixo custo da mão-de-obra local. Passaram a produzir produtos para serem exportados livremente para os EUA com o custo reduzido da mão-de-obra mexicana. Da mesma forma, produtos dos EUA entravam no mercado mexicano sem barreiras alfandegárias. Na agricultura, o trabalhador rural mexicano passou a concorrer contra o ultra-subsidiado agricultor norte-americano, o que gerou graves problemas de desemprego rural no México. Se por um lado houve um expansão industrial na fronteira norte, por outro, a indústria nacional no resto do território mexicano atrofiou, pois foi impossível concorrer contra os produtos dos EUA no México ou com produtos mexicanos nos EUA, sem nenhuma prevenção aduaneira. O desemprego causado nas cidades e nos campos gerou uma oferta inesgotável de tantos homens adultos para os exércitos dos cartéis de drogas.
Tudo isto para dizer que o Farol de Alexandria, grande guru neoliberal, defendia a entrada do Brasil na ALCA (expansão do NAFTA), com as calças arreadas ao estilo histórico dos herdeiros da UDN, tal qual suas demais atitudes e posições políticas no cenário externo: ONU-EUA, na diplomacia, e FMI-Banco Mundial, no financeiro-econômico. É impossível imaginar a enorme miséria causada pelo desemprego que regiões do Brasil estariam hoje mergulhadas, pois a parte mais frágil da indústria brasileira passaria a concorrer livremente contra o gigante do norte. Estes problemas seriam agravados neste cenário pós-Crise Econômica Mundial de 2008-2009, que ainda traz problemas econômicos e sociais para os EUA e outras potências econômicas ocidentais.
Isto pode até ser divagar, mas é um modelo compatível com a cartilha demo-tucana. A não existência deste cenário, com a derrota de Serra em 2002 e Geraldo em 2006, faz-nos pensar, ainda mais, na fortuna do Brasil em ter eleito e reeleito Lula. Tanto pelos avanços trazidos pelo seu governo, quanto pela interrupção do retrocesso ao retirar os PFL e PSDB do controle do país.
Em outubro haverá um momento para o brasileiro escolher como seu país será tratado pelas demais nações pelos próximos quatro anos. Se de maneira submissa, sem iniciativa e falido, como nos anos de FHC. Ou de maneira independente, ativa e com crédito na praça, como nos anos de Lula.
Editado por: Adão Maximo Trindade
Graduando em Pedagogia