terça-feira, 25 de maio de 2010

Professores votam pelo fim da greve

Professores votam pelo fim da greve

LARISSA NUNES/TEREZA RODRIGUES
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Depois de 47 dias, professores da rede estadual de ensino de Minas Gerais aprovaram o fim da greve na tarde desta terça-feira (25). A decisão, segundo primeiras informações, foi apertada. Pelo menos oito mil professores, reunidos no pátio da Assembleia Legislativa, participaram da reunião. Não há informações definidas sobre o reinício das atividades.


Com esse posicionamento, os grevistas aceitam, pelo menos por enquanto, a proposta do Governo de Minas. Nenhum reajuste salarial será imediatamente implantado. A proposta do Governo é formar, em até 20 dias, uma comissão para estudar o plano de carreira da categoria. Com isso, é provável que haja alteração do piso salarial.


A greve dos professores começou no dia 8 de abril e foi considerada ilegal pela Justiça de Minas Gerais. O Estado, desde a semana passada, estava autorizado a convocar profissionais para assumir, temporariamente, as vagas dos grevistas. No documento a se assinado ainda hoje por representantes das duas partes, o Governo se compromete a não fazer qualquer tipo de represália contra os grevistas, como corte nas férias ou pagamentos. Também não haverá demissão de professores. Outro ponto de destaque é o pedido, por parte do Estado, de anulação da decisão judicial que considerou a paralisação ilegal. Caso o Tribunal de Justiça reverta a ordem, a categoria fica desobrigada de pagar multa pelos dias parados.

Fonte: Otempoonline

Editado por: Adao Maximo Trindade 18hs30m

Graduando em Pedagogia

Aulas voltam nesta semana

Paralisação. Secretária de Planejamento disse que retomada das atividades independe da categoria

Assembleia da categoria, hoje à tarde, define se greve continua

Tereza Rodrigues

Especial para O Tempo


Mesmo que os professores decidam hoje continuar com a greve na rede estadual, as aulas serão retomadas ainda nesta semana. A garantia foi dada pela secretária de Planejamento e Gestão, Renata Vilhena. Segundo ela, mesmo que a categoria não aceite as propostas do Estado - que não incluem reajuste de salários - os alunos deverão retomar os estudos com a contratação de professores substitutos.


Uma decisão judicial garantiu ao Estado o direito de convocar profissionais para assumir, temporariamente, as vagas dos grevistas. O governo não fala em demissões de professores.


Para pais, alunos e professores, hoje é um dia decisivo. A partir das 14h, na praça Carlos Chagas (da Assembleia), sai a decisão se a greve continua ou não. A paralisação completa hoje 47 dias. Em 2002, na greve mais longa da década, os professores ficaram de braços cruzados por 50 dias.


Uma reunião, ontem à noite, entre representantes do governo e membros do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) definiu os detalhes da negociação entre a categoria e a secretaria de Planejamento e Gestão. Segundo a assessoria de imprensa do governo, do encontro saiu um termo de acordo que poderá colocar por fim à paralisação. "Minha expectativa é que os professores votem pelo fim da greve, já que atendemos a todas as reivindicações desse último acordo", disse a secretária Renata Vilhena. O documento garante que se a greve for interrompida, não haverá cortes de salário nem demissões, no entanto, não propõe aumento salarial, principal reivindicação dos professores.
Em relação às propostas feitas na semana passada, o que mudou foi somente o prazo para a entrega dos trabalhos da comissão que deverá ser criada para estudar o plano de carreira da categoria. O governo propôs 60 dias de prazo, mas recuou e aceitou os 20 dias pedidos pelo sindicato.


A coordenadora do Sind-UTE, Beatriz Cerqueira, não adiantou qual pode ser a decisão da assembleia, hoje. "Se a negociação for considerada satisfatória, a categoria pode votar pelo fim do movimento. Mas se não for, não posso fazer nada. Não somos nós que decidimos".


Para o professor de matemática Tiago Dias, 27, o comunicado veiculado pelo governo, nos últimos dias, deixou os professores revoltados. "O governo subestimou nossa inteligência, querendo nos colocar contra o sindicato. Disse que nós não tomamos conhecimento das propostas do governo, mas tomamos sim, e votamos."


Consequências. Se o governo colocar em prática a contratação de professores substitutos, os alunos vão ser ainda mais prejudicados. Essa é a opinião da coordenadora da pós-graduação em Educação na PUC-Minas, Maria Auxiliadora Monteiro Oliveira. "Haveria uma dificuldade grande de adaptação com professores temporários". Segundo ela, a melhor saída é aguardar que os grevistas retomem as atividades.


Alunos protestam contra a paralisação

Um grupo de alunos da Escola Estadual Helena Guerra, no Eldorado, em Contagem, na região metropolitana da capital, fez ontem uma manifestação contra a greve dos professores. A escola, na qual estudam cerca de 2.800 alunos dos ensinos fundamental e médio, está parada desde o início da greve.


A estudante Mariana Vieira, 15, teme perder o ano. Segundo a jovem, que cursa o 2º ano do ensino médio, mesmo com a volta às aulas, será difícil retomar o ritmo de estudos. “Depois, quando formos concorrer a uma vaga no vestibular, entramos em desvantagem”.


A estudante Thuane Bárbara, 15, também do 2º ano, disse que antes apoiava os professores. “Eles têm direito de buscar melhorias, mas não podem atrapalhar nosso estudo”.(Raphael Ramos)


Piso é pago em outros Estados

Levantamento da reportagem de O TEMPO apurou que alguns Estados do país já pagam a seus professores o piso salarial reivindicado pela categoria em Minas Gerais. A reportagem ouviu secretarias de Educação de vários Estados e verificou que pelo menos três deles pagam vencimentos básicos acima de R$ 1.312,85.


No Acre, os professores recebem R$ 1.675,79 mais as gratificações, para uma jornada semanal de 20 horas em salas de aula e 10 horas de planejamento. No Espírito Santo, a jornada é de 25 horas e eles recebem o piso de R$ 1.654,65.


No Distrito Federal, a secretaria confirmou os números do site do sindicato dos professores. O piso para uma jornada de 40 horas semanais (30 em classe e 10 para planejamento) é de R$ 3.720,24. O diretor do Sinpro/DF disse que o salário atrai professores de diversas partes do país. “Muitos mineiros prestam concurso e querem dar aulas aqui”.


O governo de Minas reafirmou, por meio de comunicado, que o piso nacional reivindicado pelo Sind-UTE, para uma jornada semanal de 24 horas de trabalho “se encontra fora da realidade brasileira e que nenhum Estado da federação paga o valor”. A Secretaria de Comunicação do Estado não quis comentar os valores. (TR)


Publicado em: 25/05/2010

Fonte: site otempoonline

Editado por: Adão Maximo Trindade

Graduando em pedagogia