sábado, 19 de junho de 2010

Valores Humanos – Como Trabalhar?

Promover uma educação voltada para valores humanos é uma condição que toda escola deve estudar a fundo, pois os mesmos devem estar presentes nas relações cotidianas da instituição.

Para isso, é importante que a equipe de professores da escola se reúna a fim de discutir quais as formas de trabalhar esses valores, pois não podem ficar no senso comum, mas voltando-se para a internalização dos conceitos e práticas dos mesmos.

Um trabalho pode ser totalmente perdido se não existem bons exemplos das pessoas que compõem a estrutura da escola.

Devemos lembrar que uma das formas mais eficientes de ensinar é através do exemplo, dos bons exemplos, que são observados pelos alunos durante as aulas.

De nada adianta o professor pedir que não gritem, se grita para chamar a atenção de um aluno que não está atento às suas explicações. Não adianta pedir que trate o colega com respeito, se o professor os trata com desdém.

Alguns livros podem ajudar no desenvolvimento de um bom projeto, como o “Se ligue em você”, de autoria de Luiz Antônio Gasparetto, onde o autor faz uma abordagem dos sentimentos que temos diante das várias situações vividas, e que devemos aprender a administrá-los para que nossa luzinha interior fique sempre acesa.

No livro são abordados temas como inveja, ciúme, frustração, raiva, compaixão, solidariedade dentre outros, que aparecem quando a luzinha da pessoa está apagada. Vale a pena conferir!

Outra sugestão é quanto à Coleção Valores, de Brian Moses e Mike Gordon, divididos em quatro volumes. Nesses, podemos encontrar uma variedade de sentimentos e exemplos de vida, onde são apresentadas condições de aprender sobre responsabilidade, sobre respeito, sobre convivência e sobre honestidade.

A coleção é própria para crianças, mas pode ser trabalhada com adolescentes e jovens, aproveitando os exemplos citados nas histórias.

A abordagem é simples, honesta, sem dar lições de comportamento, manipulando os leitores, pelo contrário, faz os mesmos a aprenderem a lidar com suas limitações, além de mostrar que todas as pessoas passam por dificuldades na vida.

Através de interrogações, os autores dão a oportunidade dos leitores refletirem sobre suas atitudes, sobre os problemas existentes nas relações pessoais, problemas que acontecem no mundo, sobre a reação das pessoas ao serem bem tratadas, etc.

É papel da escola se voltar para uma educação permeada nos valores humanos, até porque estes devem aparecer dentro dos conteúdos que abordam a pluralidade cultural, o respeito às diferentes culturas, etnias, ideologias, religiões, dentre outros.

O importante é desenvolver um trabalho voltado para o exercício dos bons valores humanos, considerando que nem tudo acontece como queremos, mas de acordo com os interesses coletivos, do grupo, e que temos que controlar nossas emoções diante das adversidades.

Por Adão Maximo Trindade
Graduando em Pedagogia


Promovendo a Paz na Escola

No mundo moderno, as formas incentivadoras de consumismo para crianças e jovens, através dos veículos de comunicação, as mudanças nos valores das famílias e tantos outros problemas, tem causado maiores índices de violência, chegando estes a atingir o âmbito das instituições de ensino.

Frequentemente, podemos ver notícias de jornais relatando casos de violência contra professores, bulling (humilhar, intimidar, ofender, agredir física ou psicologicamente), vários outros modelos de abuso e agressão acometidos contra a comunidade escolar.

Diante disso, podemos citar o caso da professora de Santa Catarina, espancada por uma mãe de aluno em uma das maiores escolas públicas do Estado, tendo a mesma sofrido mais de vinte tapas e pontapés, em consequência de um sorteio de um chiclete e uma tatuagem, no qual a filha da agressora não fora contemplada.

A escola deve promover atividades e projetos que visem estruturar as relações humanas entre a comunidade que atende, criando uma relação vincular positiva com todos os funcionários da escola. Seguem algumas sugestões para isso:

Aproveitando o gancho do fato ocorrido, acolher os pais na volta às aulas oferecendo uma palestra sobre violência é um bom caminho para se iniciar o projeto.

Apresentar o regimento interno da instituição também é uma forma dos pais tomarem ciência das atitudes que são aceitas ou não dentro da escola, dos direitos e deveres de cada um no processo educativo, preparando-os para o direcionamento das orientações a serem dadas aos alunos.

Após a explanação do tema, propor algumas dinâmicas a fim de aproximar os participantes da reunião. Sugere-se que as mesmas envolvam casos de violência nas escolas, que podem acontecer tanto com professores como com os alunos, destacando que a prioridade é desenvolver um trabalho voltado para a pluralidade cultural, com o respeito sendo colocado como o principal instrumento entre as pessoas. Podem ser apresentadas através de teatro, paródias, mímicas, dentre outras.

É importante que a equipe de professores, os auxiliares, a coordenação e a direção estejam engajadas, participando ativamente do projeto, a fim de dar maior consistência ao mesmo, numa demonstração de preocupação com os problemas enfrentados na atualidade, e que envolvem limites.

A solidariedade é um valor relativo da não violência, que deve ser desenvolvida no âmbito escolar e aparecer nas mais simples formas, nos diálogos desde as classes de educação infantil até as turmas mais adiantadas e ensino médio, se a escola trabalhar com esse nível de educação.

Através da solidariedade o sujeito percebe que pode trocar experiência com o outro, aprende a respeitar as limitações dos seus companheiros bem como as suas próprias dificuldades, mas também identifica que pode contar com o apoio de alguém, caso necessite.

Outra forma de mobilizar a comunidade escolar é propondo uma caminhada pela paz. Organize um grupo de pais para ajudar na elaboração e confecção de faixas, cartazes, panfletos e frases a serem cantadas durante a passeata. Aceitar as ideias dos pais é mostrar o quanto são importantes na educação dos filhos, além de melhorar as relações de confiança dos mesmos com a escola.

As aulas de artes podem ser aproveitadas para a confecção de flores de papel crepom, que poderão ser distribuídas no dia 21 de setembro - Dia internacional da paz. A intenção da criação da data foi para que as pessoas não pensassem na paz, mas que lançassem alguma atitude para originar a paz.

O espírito da Paz e da Solidariedade deve estar presente durante a execução do projeto. Para isso, alguns itens devem ser considerados nas relações sociais da comunidade escolar, que poderão ser sugeridos através de cartazes afixados no pátio da escola, portão de acesso, banheiros, a fim de lembrar os principais conceitos que estão sendo trabalhados. São eles: colocar-se no lugar do outro; promover o diálogo e a amizade; valorizar o que cada pessoa tem de positivo; administrar os problemas com atitudes de respeito e gentileza; não se calar diante da injustiça; não responder a violência com violência; interessar-se pela comunidade; ajudar ao próximo; cultivar a esperança; exercitar o perdão; etc.

Fazer lanches rápidos ao final das aulas também é uma forma de tornar o ambiente escolar mais saudável, abrindo espaço para a integração das famílias. A escola não precisa arcar com toda a despesa, mas pode solicitar que cada aluno leve um prato de salgado, doces, sucos, chás, café e refrigerantes. Com isso, o volume dos mesmos torna-se suficiente para agradar as famílias. O lanche comunitário pode ser feito a cada quinze dias ou uma vez por mês, atendendo as expectativas de todos.

Um vídeo veiculado num site famoso pode ser exibido durante a realização dos eventos. O mesmo pode ser localizado através do nome de “Where is the Love?” e faz uma abordagem da violência no mundo, da guerra, de crianças sofrendo, soldados chorando, etc. É uma linda demonstração de amor ao próximo, onde os cantores questionam sobre a existência do amor, através de um rap.

Esse tipo de trabalho é importante, afinal, a paz não deve estar presente somente no âmbito escolar, mas sendo praticada por todos, ao longo da vida. É assim que se constrói um mundo melhor!

Por Adão Maximo Trindade
Graduando em Pedagogia
Fonte:Equipe Brasil Escola