sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Gerência escolar: diretor, administrador ou gestor?

A diferença entre ser diretor, administrador ou gestor escolar não está apenas no nome, mas no conceito que dá sentido a cada uma destas funções. O atual gestor já foi denominado diretor ou administrador escolar; mas em determinado momento, contudo, percebemos que tais termos não eram suficientemente rigorosos para definir as funções desse profissional. Então, hoje consideramos que o termo “gestor” seja mais adequado para definir o perfil do profissional que procuramos.

A escola historicamente estabelecida no Brasil tinha uma estrutura hierárquica verticalizada e rígida, onde o diretor usava “mão de ferro” para manter a organização instituída.Sua opinião era uma ordem e sua presença representava a emanação da autoridade do Estado. A ele cabiam todas as decisões e, por conseguinte, o destino dos colaboradores. Pautada em um currículo linear e fechado, a escola não precisava comunicar-se com seu entorno e, em uma relação assimétrica de poder, o diretor decidia os rumos cotidianos dos afazeres dos docentes, funcionários e alunos.

Uma escola tecnicista solicitava um administrador cuja competência era estabelecer metas e alcançá-las. Para isso, encaminhava os processos e fazia com que caminhassem em uma direção preestabelecida. Metaforicamente, era o profissional responsável pelo bom desempenho dos funcionários. Isso porque se cada engrenagem cumprisse seu papel, a missão da máquina administrativa estaria realizada e o administrador apresentaria resultados favoráveis a quem lhe confiara tal tarefa.

Porém, preocupado demais com tarefas burocráticas como planilhas, cadernetas, médias, livro de ponto e múltiplos ofícios, o administrador geralmente negligenciava o trabalho pedagógico e o acompanhamento dos recursos humanos, relevando para segundo plano a tarefa de liderar uma equipe de trabalho.

Os gestores, ao contrário, são capazes de compreender o complexo cenário escolar, participar dele, enxergar e projetar ações e resultados futuros. Enquanto o planejamento administrativo se faz por meio de elaboração de estratégias, os projetos dos gestores compreendem duas dimensões – uma estratégica e outra tática –, com o objetivo de favorecer o envolvimento de todos os sujeitos da escola.

Sem abrir mão de administrar, um gestor envolve-se, sobremaneira, com seus colaboradores, conseguindo, assim, resultados coletivos. Ele nunca decide sozinho, mas apresenta seu ponto de vista e aceita outras sugestões. Entretanto, suas deliberações não são apenas resultado de parecer ou consenso grupal, já que um gestor tem autonomia para agir rapidamente em determinadas circunstâncias e não tem medo de correr riscos, porque tem capacidade para justificar suas decisões.

Caracterizando-se como líder, ele tem a capacidade de construir relações. É assertivo, persuasivo, empático, democrático e flexível, estando sempre aberto a novas ideias. Não teme a perda da autoridade, pois tem convicção de que o respeito não se dá pela imposição, mas pelo reconhecimento de seus colaboradores, que seguem suas orientações não por obediência, mas porque acreditam em suas propostas e confiam em sua visão.

Neste sentido, não necessitamos mais de um diretor autoritário nem de um administrador, precisamos de gestores imbuídos de realizar o sonho possível: a construção de uma escola “instituinte”, mais próxima da vida e do tempo presente, que incorpore como autores os sujeitos que a fazem acontecer.

Por: Francisca Romana Giacometti Paris é Diretora pedagógica do Agora Sistema de Ensino, pedagoga e mestre em educação e ex-secretária de Educação de Ribeirão Preto (SP).

Fonte:www.planetaeducacao.com.br

Acessibilidade e Inclusão para Todos

Desde a promulgação da Constituição Federal em 1988, não se pode falar, no Brasil, ao menos em teoria, em cidadãos com direitos menores ou oferecimento de oportunidades e serviços só para alguns, incluindo aqui os direitos humanos das pessoas com deficiência.

As especificidades das pessoas com deficiência são muitas vezes “invisíveis” para os planejadores, arquitetos, urbanistas e para a maioria da sociedade, que por ausência de convívio ou porque as pessoas com deficiência ficam “presas” dentro de casa e, portanto não são vistas pela comunidade, deixando de ser reconhecidas como parte dela.

Como não foram incluídas como parte da comunidade perdem o “direito” de ter acesso a bens e serviços. O problema de falta de acesso deixa de ser prioritário para uma solução coletiva, sendo transferido para a própria pessoa a responsabilidade de solucioná-lo, mesmo que esse segmento da população seja equivalente a 14,5% da população brasileira, de acordo com o Censo Demográfico de 2000.

Particularmente para as pessoas com deficiência, a acessibilidade é um dos itens de maior importância para o pleno respeito a suas individualidades, uma vez que a deficiência é só mais uma característica de muitos seres humanos.

A ausência de acessibilidade reforça preconceitos e, em muitos casos, transfere a “deficiência” do ambiente para a pessoa, como se o problema fosse à presença daquela pessoa e não a escada ou a porta estreita ou todas as demais barreiras existentes.

Não se pode falar hoje em cidades que não abriguem a diversidade. Logicamente, pela dinâmica urbana, a cidade, como lugar de vários acontecimentos, está em constante modificação pela influência dos habitantes que ali vivem. Sabe-se que as cidades são formadas e habitadas por diferentes pessoas, sendo constantemente (re)construídas em uma constante luta para que abrigue as diferenças e as contradições entre todos os indivíduos.

Nessa ótica, está incluída a importância da acessibilidade para as pessoas com deficiência, que também habitam a cidade e utilizam o espaço urbano para suas atividades diárias, como todos os cidadãos.

Importante reforçar que o espaço da cidade precisa ser entendido tanto como condição material, quanto imaterial, que abriga as questões culturais e as atitudes da população, além da diversidade humana e das diferentes práticas espaciais.

A legislação brasileira, em todos os níveis — federal, estadual e municipal — anuncia uma intensa proteção para as pessoas com deficiência e, se dependesse apenas da lei, o Brasil seria um país perfeito, sem grandes desigualdades sociais, regionais, econômicas e urbanísticas, no que se refere à acessibilidade.

No entanto, é óbvio que a lei, por si só, não resolve muitos dos aspectos práticos que envolvem o convívio de todos, ou seja, há um distanciamento entre a previsão legal e a vida dos cidadãos e, para as pessoas com deficiência, esses desencontros são, muitas vezes, fatores de exclusão.

Diversas dessas dificuldades práticas têm relação com questões políticas, ideológicas e de (re)organização do espaço, sendo que muitas poderiam ser resolvidas com vontade política e gestão, concretizada por políticas públicas, de uma cidade para todos.

Lutamos para que a inclusão seja a tônica da democracia e que todas as pessoas sejam respeitadas em suas diferenças, onde quer que se encontrem, independentemente de qualquer deficiência, pois a acessibilidade, mais que um dever, pode facilitar a dignidade humana, a qualidade de vida e o exercício da cidadania no cotidiano das cidades.

É fato que, por determinação constitucional, as pessoas com deficiência são cidadãs e precisam de acessibilidade ao espaço, para terem qualidade, dignidade e independência em suas vidas. Essa cidadania, apesar de ser óbvia e também de estar em consonância com a lei, muitas vezes, é desrespeitada, por exemplo, por falta de acesso e/ou existência de barreiras diversas, como as arquitetônicas, as culturais, as econômicas, as atitudinais, entre outras.

Mesmo com todas as barreiras encontradas e com muitas ausências de aplicação da lei, as pessoas com deficiência vivem nesses espaços e constroem estratégias para exercer sua cidadania. Este assunto não interessa apenas às pessoas com deficiência, pois a acessibilidade facilita a vida de toda a coletividade, uma vez que a idéia principal é que todos possam utilizar e usufruir os serviços e oportunidades disponibilizadas para a população, sem que barreiras interfiram no processo e que excluam pessoas.

Exemplo: quem, a não ser o/a incorporador/a imobiliário ou o/a construtor/a, prefere um banheiro apertado, ao invés de um com maior espaço interno?

Existem necessidades específicas para as pessoas com deficiência, mas a existência de dispositivos de acessibilidade facilita a vida de todos os habitantes de uma cidade, posto que todos podem utilizá-los e, realmente, os utilizam, sem que, muitas vezes, tenham conhecimento deste fato. Um exemplo disso é o sinal sonoro em elevadores, inicialmente necessário para que as pessoas com deficiência visual soubessem que ele estava naquele andar, que passou a servir também como alerta para todas as pessoas que o utilizam. Ou seja, garantir que a acessibilidade seja uma constante nas cidades significa torná-las mais humanas e diretamente construídas para as pessoas, visto que isto está intimamente ligado ao conceito de dignidade e de qualidade de vida.

Fonte: Ana Paula Crosara de Resende Advogada, reside em Uberlândia, Ministra Aulas em Cursos de Extensão e de Especialização. Responsável pelo Quadro Semanal “De Igual para Igual”, as terças-feiras, das 11h às 12h, na Rádio Universitária da Universidade Federal de Uberlândia. O quadro faz parte do Programa “Trocando em Miúdos”, um jornalístico de entrevistas e debates sobre assuntos da atualidade e de interesse da comunidade. Site da Rádio: http://www.universitariafm.ufu.br/ e sua freqüência é 107, 5 MHz

O Papel da Informática Educacional

A Informática Educacional é um benefício que chegou com o intuito de facilitar o processo de ensino-aprendizagem ao mesmo tempo em que promove a inclusão dos alunos no mundo da tecnologia, fornecendo uma ferramenta altamente atrativa, pois é mais fácil “prender” a atenção dos educandos.

O saber e o conhecimento pedagógicos do professor são imprescindíveis para que o resultado seja satisfatório em relação ao efetivo aprendizado do aluno.

Por mais elaborada que seja a atividade, sabemos que a máquina jamais irá substituir o professor, porém, como ainda não existe capacitação em tecnologia para todos os profissionais que atuam na área da educação, é imprescindível a presença de um mediador de informática para solucionar problemas técnicos e para auxiliar o professor na criação de atividades específicas.

A Informática Educacional está à disposição de professores e alunos, sendo que as aulas no laboratório de informática devem ser a extensão das aulas ministradas em sala de aula.

Desta forma, o professor deve expor ao mediador de informática os conteúdos que deverão ser trabalhados, possibilitando, assim, a criação de atividades que atinjam a expectativa dele em relação ao trabalho que está sendo realizado em sala de aula, visando sanar as dificuldades enfrentadas por seus alunos.

A informática educacional aliada às práticas pedagógicas trabalha a leitura, a escrita, o raciocínio lógico, o cálculo mental ao mesmo tempo em que os alunos se familiarizam com os programas, aplicativos e softwares, sendo possível a aquisição de conhecimentos e desenvolvimento de habilidades tecnológicas.

É possível, ainda, utilizar materiais concretos e lúdicos em conjunto à informática educacional para que o aluno interiorize os conceitos que estão sendo transmitidos, pois especialmente durante os primeiros anos, na fase da alfabetização, os educandos interiorizam o conhecimento por meio do tato.

A Informática Educacional proporciona ao educando o aumento das possibilidades de desenvolvimento das habilidades educacionais, tornando as atividades realizadas pelo lúdico uma grande aliada no trabalho com a coordenação motora, desenvolvendo a atenção e o raciocínio lógico.

A Informática possibilita, ainda, a aquisição do conhecimento em relação à localização das letras no teclado e promove o correto manuseio do mouse.

Fonte: Lucinéia Rodrigues - Licenciatura Plena em Pedagogia. Mediadora da Formação de Educadores do município de Taboão da Serra.

Editado por: Adão Maximo Trindade - Graduando : Licenciatura em Pedagogia - UFOP - Universidade Federal de Ouro Preto - Minas Gerais

Capacitando em :

  • Tecnologia Assistiva, Projetos e Acessibilidade: Promovendo a Inclusão - UNESP - Universidade Estadual Paulista - Sâo Paulo - SP (Plataforma Freire - MEC/SEESP/UNESP )
  • Praticas Educacionais Inclusivas : Deficiência Intelectual - UNESP - Universidade Estadual Paulista - São Paulo - SP( Plataforma Freire - MEC/SEESP/UNESP )
  • Direitos Humanos e Mediação de Conflitos - ITS-BRASIL- Instituto de Tecnologia Social do Brasil - São Paulo - (Plataforma Modle - MEC/SEESP/ITS)