sábado, 5 de dezembro de 2009

COMO SERIA ESCOLA IDEAL?


A pedido do Jornal de Brasília, o professor e chefe do Departamento da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília, Remi Cassione, traçou o perfil do que seria, na opinião dele, considerado uma escola ideal. Seria aquela que consegue prover as condições para o seu funcionamento, tendo uma boa infraestrutura para atender às necessidades de ensino. Além de melhorar as condições dos prédios escolares, Cassione sugere investir em laboratórios e salas para outras atividades.

A escola ideal também seria em tempo integral. Mas não com aulas o dia inteiro. "As aulas normais aconteceriam em um período. No outro, seriam desenvolvidas atividades de artes e música para envolver o aluno e o incentivar a ficar mais tempo na escola", argumenta o professor. Multidisciplinariedade entre as matérias também seria essencial. Relacionar, por exemplo, matérias de química e matemática em uma aula e poder levar isso para a realidade do aluno é de extrema importância, segundo Cassione.

Além disso, é muito importante investir no corpo docente. "De nada adianta ter a escola perfeita em in-fraestrutura se não tiver professores felizes trabalhando lá", explica. E para os professores e coordenação é necessário um treinamento para que eles possam se adequar a uma nova realidade. "Requalificar espaços, preparar professores, tudo isso é algo que tem que mudar", acrescenta.

VIVÊNCIA DE MUNDO

O professor Cassione defende que a escola ideal deve ter um ensino voltado para a prática, para a vivência do mundo. Essa noção do mundo, dada pela escola, é diferente no Ensino Fundamental e Médio. A vivência para o Ensino Fundamental estaria relacionada, por exemplo, no contato com a natureza. "É necessário adaptar o currículo de acordo com o mundo real. A natureza se torna parte da pedagogia em termos de aprendizagem", explica.

Já no Ensino Médio, o grande desafio é inserir os jovens no mercado de trabalho. Para isso, é necessário trabalhar essa nova etapa da vida com eles. "A escola tem que oferecer algumas opções profissionais", afirma o professor. Um erro das escolas de Ensino Médio, segundo o especialista, é preparar os alunos somente para o vestibular.

As escolas técnicas são hoje as que mais se aproximam do ideal de inserção no mercado de trabalho. Elas oferecem currículo com matérias específicas para cada profissão. O erro está em não ter um currículo ligado, por exemplo, às artes. "Seria ideal ter algumas matérias específicas para que o aluno se interesse pelo o mercado de trabalho", afirma Cassione.

"De nada adianta ter a escola perfeita em infraestrutura se ela não tiver professores felizes"

Remi Cassione, chefe do Departamento da Faculdade de Educação da UnB
Por: ADÃO MAXIMO TRINDADE
GRADUANDO EM PEDAGOGIA-UFOP
Por:

Nenhum comentário:

Postar um comentário