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Os professores da rede estadual, em greve há 106 dias, vão permanecer acampados nas entradas da Assembleia Legislativa, no bairro Santo Agostinho, região Centro-Sul de Belo Horizonte, pelo menos até a próxima assembleia da categoria, que acontece na terça-feira (27). Segundo Paulo Fonseca, diretor de comunicação do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação do Estado (Sind-UTE/MG), a greve de fome iniciada nessa segunda-feira (19) por dois educadores também prossegue.
Os grevistas passaram a noite acampados em barracas como parte das manifestações pela implantação do piso salarial para a educação no Estado.
Durante a manhã desta quarta-feira (21), os professores obstruíram a garagem do Palácio da Inconfidência, com o objetivo de evitar a entrada dos deputados no Parlamento. A ocupação da garagem já havia sido feita na tarde dessa terça-feira e teve a intenção de impedir a saída dos parlamentares.
A tropa de choque da Polícia Militar foi acionada, mas, em negociação liderada pelo presidente da ALMG, deputado Dinis Pinheiro (PSDB), desocuparam a passagem sem que houvesse necessidade de confronto.
De acordo com o Estado, 11.113 professores estão em greve, o que representaria 6% do total. O balanço do Governo aponta que 22 escolas estão totalmente paradas e 706, parcialmente. O sindicato afirma que 50% da categoria mantém a adesão à greve.
Presidente da ALMG
O presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, deputado Dinis Pinheiro (PSDB), e outros onze parlamentares receberam no gabinete da Presidência, representantes do sindicato. O objetivo foi intermediar a negociação entre Governo e grevistas, que paralisaram os trabalhos há 106 dias e reivindicam o cumprimento imediato do Piso Salarial Nacional.
O Sind-UTE disse que o presidente da Assembleia se comprometeu a fazer as negociações avançarem. Segundo ele, o sindicato acredita num diálogo que propicie o cumprimento do piso, e espera que o Governo recue da possibilidade de demissão dos professores designados que aderiram à greve.
Extraordinária
Ás 20h desta quarta-feira, os deputados da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) participam de uma reunião extraordinária, depois de suspenderem as sessões plenárias devido ao excesso de barulho por parte dos professores. Durante a tarde, o deputado Gustavo Corrêa discursava em plenário e, devido à movimentação do lado de fora teve de suspender a reunião.
Reposição
Para as instituições que retornaram às atividades na segunda-feira (19), após 62 dias de aula perdidos, o ano letivo de 2011 deve se prolongar até o dia 17 de fevereiro, com a utilização de 19 sábados, a contar do próximo. A SEE determina que as escolas utilizem todos os sábados, além dos meses de dezembro e janeiro. Ficam resguardados apenas os feriados de outubro (dia 12), novembro (dias 2 e 15) e o recesso de fim de ano entre os dias 24 de dezembro e 1º de janeiro.
Para a coordenadora do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE), Beatriz Cerqueira, não se pode falar em reposição enquanto a greve não acabar.
Decisão
Na liminar do TJMG, concedida no último dia 16, após uma ação civil pública do Ministério Público Estadual (MPE), o desembargador Roney de Oliveira determinou o retorno imediato das aulas, sob pena de multa de R$ 20 mil hoje, R$ 30 mil amanhã, R$ 40 mil na quarta e R$ 50 mil por dia a partir de quinta, chegando ao valor máximo de R$ 600 mil. Ele considerou a greve abusiva por sua longa duração, que estaria causando prejuízo aos alunos, com a possível perda do ano letivo. O mérito da ação ainda será julgado.
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