23-02-2011 | |
O piso salarial dos professores da rede pública de todo País será de R$ 1.187,97 em 2011. O valor representa alta de 15,84% sobre os R$ 1.024,67 adotados no ano passado. O reajuste será referendado pelo Ministério da Educação (MEC) em documento que será publicado nesta quinta-feira como forma de orientar Estados e municípios. Além disso, o ministro Fernando Haddad revelou que também divulgará instrução que flexibiliza critérios para a liberação de recursos federais a cidades sem capacidade de caixa para cumprir a lei do piso. A União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) estima que cerca de 500 municípios brasileiros terão problemas para cobrir o aumento - a regra contempla docentes com nível médio em jornadas de trabalho semanais de 40 horas. Em conformidade com a lei do piso nacional do magistério - Lei 11.738, de 2008 -, o reajuste de 15,84% segue a variação, no período anterior, do custo anual mínimo por estudante, do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Apesar desse valor já ser conhecido desde dezembro de 2010, ainda há dúvidas sobre o percentual de aumento do piso e quando deve ser concedido. Na opinião de especialistas em políticas educacionais, falhas na formulação da lei e ações na Justiça, somadas à revisão para baixo das receitas tributárias de Estados e municípios em 2009, causaram confusão sobre a interpretação da legislação, mesmo depois de três anos de sua entrada em vigor. "Vamos fazer como no ano passado, divulgar uma nota sobre as regras de cálculo do piso, em resposta a consultas de entidades educacionais e governos. Como a lei não estabelece que o MEC decrete o aumento, nós respondemos às demandas e isso passa a ser referência", explica o ministro da Educação. Haddad lembra que um projeto de lei do Poder Executivo, que altera a lei do piso, está em tramitação na Câmara dos Deputados e dará ao MEC a competência de decidir anualmente o valor do piso e mudar a vigência do reajuste, de janeiro para maio. O assessor de financiamento educacional da Undime Luiz Araújo, ex-presidente do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), acrescenta que o projeto de lei prevê que a atualização do piso não poderá ser inferior à variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do ano anterior à previsão do reajuste. "Se o custo mínimo por aluno do Fundeb for baixo, os trabalhadores terão pelo menos reposição da inflação". Apesar de considerar a lei do piso um avanço, Araújo diz que as regras apresentam "vazios legislativos" importantes. "Como fazem uma lei sem indicar quem decreta o reajuste? Além disso, a lei do piso não segue uma das metas do Plano Nacional de Educação, a de garantir reajustes ao magistério de modo a equiparar o ganho dos professores à referência salarial de outras categorias do serviço público, de acordo com a escolaridade". Junto com a divulgação do novo piso dos professores, o MEC vai anunciar a flexibilização dos repasses federais a municípios que não dão conta de cumprir a lei do piso. O secretário estadual de Educação de Sergipe, Belivaldo Chagas, disse que, dos 75 municípios do estado, apenas cinco podem pagar o piso. "Para ter acesso aos recursos da complementação do Fundeb, o MEC exigia dos municípios gastos de 30% com educação, enquanto a Constituição exige 25%", ilustra Chagas. Haddad disse ao Valor que esse e outros critérios foram amenizados para que os municípios mais pobres tenham acesso à verba de cerca de R$ 1 bilhão, da complementação da União para garantir o pagamento de salários do magistério. CNTE discorda do valor Pelo entendimento da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), o valor atualizado do piso deveria ser R$ 1.597,87, considerando a aplicação do percentual de 21,71% sobre R$ 1.312,85, praticado em 2010. Fonte: Valor Econômico, 23/02/11 |
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
MEC vai referendar alta de 15,8% no Piso Nacional dos Professores
Piso nacional do professor sobe quase 16% e vai para R$ 1,18 mil
24/02/2011 - 00h01
Pela lei, nenhum professor de nível médio, com jornada de 40 horas semanais, pode ganhar menos que isso. O piso é determinado com base no custo por aluno do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) –atualmente, R$ 1.722,05.
O MEC (Ministério da Educação), no entanto, não tem competência para determinar o reajuste, por problemas na legislação. Haddad deve divulgar amanhã uma espécie de documento-referência para Estados e municípios.
Esse documento também deve regulamentar a transferência de recursos da União para o pagamento do piso mínimo salarial do professor. A exemplo do que acontece com o mínimo a ser investido por aluno, a União complementa o piso naqueles municípios que não têm condição de pagá-lo.
Segundo o presidente da Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação), Carlos Eduardo Sanches, não havia um caminho que detalhava como os municípios poderiam pedir o dinheiro. Por causa disso, o dinheiro “destinado” ao piso acabou voltando para a conta geral do Fundeb.
Por mais que haja a obrigatoriedade, o piso nacional ainda provoca muitos atritos entre os três níveis de governo. Estados já chegaram a argumentar que a lei que instituiu o valor mínimo é inconstitucional. No Congresso, tramita um projeto que pretende dar ao MEC o poder de regular o aumento.
A docência não é o único ponto de problemas no financiamento da educação básica. Segundo Sanches e especialistas, se não houver “dinheiro novo”, não será possível incluir todas as crianças de 4 a 17 anos, como a lei prevê que aconteça até 2016.
fonte -http://educacao.uol.com.br
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
A função da reunião de pais
Reunião de pais: um momento de desabafo.
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
Desaparecida Elizabete Pinto Coelho
Ela desapareceu em Belo Horizonte, no dia 13/02/11.
Saiu de sua residência no Bairro Gutierrez, em Belo Horizonte, sem portar documentos e sem óculos.
Tem 49 anos, é casada com Joaquim e tem dois filhos.
Saiu sem levar os medicamentos, faz tratamento para depressão.
Qualquer informação entre em contato nos telefones abaixo.
Obrigado a todos.
Telefones para contato:
Joaquim : (31) 9884-7360
Mateus (irmão) : (31) 8800-1861 / (31) 8862-1731
Residência : (31) 3335-9736
Fonte: www.alvinews.com.br
Governo descumpre meta de 800 creches em 2010; Dilma quer fazer 1,5 mil ao ano até 2015
Uma das principais bandeiras de campanha da presidente Dilma Rousseff, o Proinfância, programa do governo federal para construção de creches e pré-escolas, não conseguiu cumprir a meta de convênios para 2010. Das 800 unidades previstas, apenas 628 foram autorizadas.
Em 2011, o objetivo é assinar mais que o dobro disso: 1,5 mil convênios, totalizando 6 mil até o final do mandato de Dilma. Para que esse número seja alcançado, é preciso celebrar, em média, quatro convênios por dia. Nos últimos quatro anos, foram assinados 2.349 – 1,6 por dia, em média. A previsão de 800 creches foi passada ao UOL pelo FNDE em setembro do ano passado.
O MEC (Ministério da Educação) diz que chegou a analisar mais processos de construção em 2010 – exatos 953 – mas só aprovou os 628. O restante (325) foi “diligenciado” para responder a “demandas técnicas”. Desses 325, estão em “fase final de análise” 299 e “continuam em diligência” 26.
Esses convênios são o primeiro passo para a construção das creches e pré-escolas. Eles só podem ser assinados se as prefeituras, responsáveis por erguer a estrutura física, comprovarem que o terreno onde a unidade será feita é público. A partir da assinatura, o FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), que é uma autarquia do MEC, começa a liberar o dinheiro para a obra.
Mas o dinheiro na conta da prefeitura não garante a construção da creche. Em setembro do ano passado, o UOL Educação mostrou que apenas 39 das então cerca de 2 mil creches conveniadas haviam sido construídas.
Na época, havia mais de 1.100 prédios em fase de planejamento, licitação ou adequação de projetos e 791 em construção –quase metade deles (366) com menos de 50% das obras concluídas.
Fundo emergencial descartado
O governo enfrenta um problema adicional no Proinfância: há creches que ficaram prontas com atraso e não terão, neste ano, dinheiro para se manter. A verba é repassada pelo MEC de acordo com o número de alunos no Censo Escolar do ano anterior.
O censo, no entanto, é fechado em 31 de março. O dinheiro que será liberado em 2011 é baseado no número de alunos do final do primeiro trimestre de 2010. As escolas que ficaram prontas (e receberam alunos) depois desse prazo não recebem os recursos.
A solução que estava em gestação no ministério era a criação de um fundo emergencial para atender essas unidades até o censo seguinte. Mas, segundo a secretária de Educação Básica do órgão, Maria do Pilar Lacerda, a ideia está praticamente descartada. “O fundo emergencial não é uma solução, até porque é limitado”, afirma.
Segundo Maria do Pilar, a preocupação maior é com as cidades pequenas, já que capitais, por exemplo, têm maior flexibilidade e podem trabalhar com recursos próprios. “Há um reconhecimento por parte do ministério que esse é um dado importante. Vamos avaliar. Não corre risco [de ficar sem recurso], mas não posso falar isso com 100% de certeza. A solução do Brasil é de absoluta desigualdade.”
O presidente da Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação), Carlos Eduardo Sanches, se disse “preocupado” com o assunto. “Sugerimos um censo em separado e um lançamento em separado [do dinheiro]. Mas [o MEC disse que] o sistema não permite isso.
sábado, 12 de fevereiro de 2011
ADOLESCÊNCIA DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA DENTRO DE UMA SOCIEDADE CIVIL INCLUSIVA
Aula expositiva dialogada
Aula expositiva dialogada.
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
Da Garautuja a Palavra - Concepcoes precoces
As hipóteses que a criança elabora sobre o que a escrita representa evoluem à medida que a criança cresce e se desenvolve. Se inicialmente a criança escreve sem um significado, não tendo compreendido ainda que a escrita codifica uma mensagem, ao fim de algum tempo a situação muda e a criança entra numa nova fase que representa uma grande evolução na aprendizagem da linguagem escrita: compreendem que a escrita tem um significado. A partir daí as suas garatujas passam a assumir um significado, a criança garatuja com a intenção de transmitir uma mensagem. E assim as suas primeiras tentativas de escrita vão-se aproximando cada vez mais das letras e da escrita convencional, sobretudo se a criança viver num meio que lhe é favorável à aquisição desta aprendizagem.
Muitos foram os que se interessaram por este assunto e realizaram investigações neste campo. A metodologia preferencialmente utilizada para estudar as conceptualizações das crianças tem sido a de envolver as crianças em verdadeiras situações de leitura e escrita, observar os seus comportamentos e recolher os seus comentários
Ferreiro e Teberosky (1991) realizaram um estudo com crianças hispanófonoas de 4 a 6 anos de idade de diferentes níveis socio-económico. Este estudo, cuja situação experimental ocorreu através de entrevistas individuais, consistia pedir às crianças que escrevessem como soubessem palavras desconhecidas, o seu nome e uma oração sugerindo-lhes que lessem o que tinham escrito, permitiu-lhes definir cinco níveis sucessivos de evolução da produção de escrita da criança. No nível 1 escrever é produzir marcas gráficas, e se em determinadas situações existem dificuldades em diferenciar as actividades de escrever e desenhar, noutras o desenho parece surgir como de apoio à escrita, como uma garantia de significação da última, uma vez que tentativas de produção de escrita com sentidos e significados diferentes se assemelham muito entre si. Neste nível e devido ao facto de não existirem diferenças objectivas no resultado de produções de escrita com diferentes sentidos e significados, a escrita não é vista como um veículo de transmissão de informação – “(…) cada um sabe o que escreve(…)”. (FERREIRO e TEBEROSKY, 1991, p.183) Neste nível a escrita surge também como uma representação do real, existindo uma correspondência entre aspectos quantificáveis do referente e aspectos quantificáveis da escrita. As crianças fazem variar o número e o tamanho das grafias em função do número e do tamanho de um objecto ou animal, ou mesmo em função da idade de uma pessoa - hipótese quantitativa do referente. Assim quando pretendem escrever elefante recorrem a grafias muito grandes e/ou compridas, mas se pretendem escrever formiguinha recorrem ao uso de grafias muito pequenas e/ou curtinhas. Neste nível as crianças parecem estabelecer um critério de lisibilidade quantitativo e qualitativo no qual se apoiam para decidir o que se pode e não pode ler, uma vez que utilizam constantemente um número mínimo de símbolos diferenciados (3 ou 4) para escrever- hipóteses de variedade e quantidade mínima de letras. Nesta fase a leitura é global, a mensagem que querem transmitir é codificada como um todo, e as crianças acreditam que o que se escreve são os nomes dos referentes e que a escrita é linear. A criança começa depois a perceber que para ler coisas diferentes deve haver uma diferença objectiva na escrita evoluindo para nível 2. Contudo como a disponibilidade de formas gráficas é ainda limitada, a única maneira para responder a todas as exigências que a escrita lhe coloca é mudar a posição dos mesmos na ordem linear. Assim passam a usar o mesmo reportório de elementos que conhecem variando as posições e os tamanhos para dizer coisas diferentes. No decurso deste desenvolvimento a criança pode começar a adquirir modelos estáveis de escrita, isto é, formas fixas que é capaz de reproduzir mesmo sem o modelo, nomeadamente o nome próprio. Progressivamente a criança começa a perceber que a escrita está relacionada não com os objectos, mas com a linguagem oral. O nível 3 é então caracterizado pelo aparecimento da hipótese silábica em que cada letra ou grafia representada vale pelo som de uma sílaba do nome. Supera-se a etapa de uma correspondência global entre a forma escrita e a expressão oral atribuída, para passar a uma correspondência entre partes do texto e partes da expressão oral. Com o aparecimento da hipótese silábica começam a surgir conflitos, nomeadamente entre a hipótese silábica e a exigência da quantidade mínima de grafias, mais especificamente na escrita de monossílabos e de dissílabos, e entre as formas gráficas que o meio lhe propõe e que a criança fixa e a leitura dessas formas em termos de hipótese silábica. Torna-se difícil para a criança coordenar as múltiplas hipóteses que foi elaborando e por isso ela começa a ter necessidade de ir mais além. A escolha das letras para representar os sons da linguagem oral deixa de ser arbitrária e a escrita começa a ir além da representação da sílaba. E assim a criança ascende ao último nível, o nível 5, quando representa os fonemas com os grafemas correspondentes, realizando uma escrita tipicamente alfabética.
Besse (1989) (cit. in ALVES MARTINS, 1996) utilizando uma metodologia semelhante trabalhou com crianças de língua francesa em idade pré-escolar de níveis socio-económicos também contrastados. A situação experimental consistia em pedir às crianças para que escrevessem cada palavra ou frase ditada, para dizerem o que tinham escrito e onde, pedindo depois o experimentador que dissessem o que tinham escrito no fragmento por ele indicado. As respostas das crianças foram analisadas e classificadas de acordo com uma grelha exaustiva em cinco grupos. De entre estes cinco grupos o primeiro não corresponde a um nível evolutivo, uma vez que neste grupo o autor incluiu a recusa de resposta, comportamento que não foi referido pelos autores do estudo anterior. Os restantes grupos foram classificados enquanto quatro níveis evolutivos, de acordo com o tipo de escrita dominante: produção escrita sem conservação do oral, a escrita é considerada com um traço gráfico diferente do desenho, mas sem significado próprio e constante; ajustamento oral/escrito, a escrita é entendida como um traço relativo à cadeia sonora, cujo o significado é estável; análise fonética, a escrita é um traço relativo à análise fonética do enunciado, por isso há uma tentativa de escrever as letras correspondentes aos sons analisados, embora muitas vezes não exista uma preocupação com a ordem; e, escrita alfabética, a escrita é concebida como um traço que codifica, na mesma ordem, a sucessão dos sons da linguagem oral, o que demonstra que neste nível as crianças já compreenderam o princípio da correspondência grafema-fonema. É de referir que Besse não encontrou no seu estudo crianças num nível silábico como descrevem Ferreiro e Teberosky (1991), diferenças que podem ser segundo Alves Martins (1996) “devidas às características próprias das línguas espanhola e francesa que influenciaram as hipóteses conceptuais das crianças.”
De Góes et al (1983) (cit. in ALVES MARTINS, 1996) estudaram a evolução da escrita em crianças inglesas dos 3 aos 6 anos. Utilizando uma metodologia um pouco diferente, que consistia num ditado de palavras, numa cópia a partir de um modelo impresso e numa nova cópia a partir da primeira, os autores identificaram sete níveis de conceptualização da linguagem escrita. Num primeiro nível escrever é simplesmente produzir marcas gráficas que nada representam. Posteriormente a evolução da representação faz-se dos objectos para as palavras, começando em níveis avançados a aparecer a recusa da escrita, também descrita por Besse, por parte de algumas crianças, que já compreendendo que a língua é determinada por regras que ainda não dominam, alegam não saber escrever. Tal como Besse, também estes autores não encontraram crianças num nível silábico. Relativamente à situação de cópia, nos primeiros quatro níveis é possível reconhecer algumas letras do modelo, embora a linearidade, a direcção ou a ordem das letras não seja respeitada, negando-se estas crianças na recópia a utilizar a sua primeira cópia como modelo, situação que se altera no quarto nível. A partir do quinto nível as crianças começam a reproduzir correctamente os modelos na cópia e recopia.
Em Portugal foram realizados alguns estudos que ao contrário dos de Besse e de Góes et al, referem a produção de escritas silábicas. Alves Martins (1994) analisou as concepções precoces sobre a linguagem escrita, através de uma situação de produção de escrita que consistia em pedir a crianças em idade pré-escolar e no início da escolaridade que escrevessem o seu nome, um conjunto de palavras - três nomes de animais da mesma família (gato, gata e gatinho) e dois nomes de animais que reenviam para referentes de tamanho diferentes (formiga e cavalo)- e uma frase, contendo uma acção e uma palavra pedida anteriormente (o gato come o rato). A análise do conjunto de produções escritas, das verbalizações que as acompanharam, do tipo de leitura efectuada e das condutas adoptadas aquando do assinalamento de fragmentos de palavras ou das diversas palavras da frase, permitiram classificar as respostas em quatro níveis evolutivos de apropriação do sistema escrito. O primeiro nível é o nível da escrita pré silábica. Escrita que é caracterizada pela utilização de variados grafemas (letras, pseudo-letras, algarismos), que não estão relacionados com a linguagem oral, sendo a escrita das diversas palavras orientada por critérios grafo-perceptivos - quantidade mínima de letras e variação na sua posição para a escrita de diferentes palavras, tal como acontece no primeiro nível que Ferreiro e Teberosky (1991) definem. Do mesmo modo mantém-se a hipótese quantitativa do referente. A leitura é global, logo não é concebida a segmentação da palavra (as partes da escrita dizem o mesmo que a totalidade). Quando as crianças começam a perceber que a mensagem se divide em partes e que essas partes são codificáveis, a escrita começa a ser orientada por critérios linguísticos. Dá-se o aparecimento da escrita silábica, fase que é semelhante ao nível 3 descrito por Ferreiro e Teberosky (1991). Ascrianças utilizam letras variadas para a escrita de cada palavra e a cada sílaba da palavra atribuem uma letra, escolhida arbitrariamente. Na escrita da frase ou uma letra representa uma palavra ou escrevem silabicamente as diversas palavras, não as separando umas das outras e geralmente não escrevendo os artigos. Nesta fase a leitura de palavras e frases é silabada e, quando se tapa uma parte da palavra as crianças tentam segmentar o enunciado oral. Na fase seguinte, escrita com fonetização ou escrita silábica com correspondência, segundo Castro Neves e Alves Martins (1994), as crianças começam a distinguir no som das palavras alguns fonemas que registam no escrito. A escolha das letras para representar os sons do oral deixa de ser arbitrária e as correspondências fonema-grafema começam a ser utilizadas correctamente, excepto em casos como o do «h» para representar o som «gá», devido ao nome da letra. Nesta fase a leitura é silabada e as operações de segmentação da palavra são geralmente conseguidas. A análise do oral pode ser silábica ou ir além da sílaba, apesar das crianças ainda não representarem todos os sons da fala. A escrita alfabética, fase correspondente ao nível 5 de Ferreiro e Teberosky (1991), caracteriza-se pela compreensão do princípio alfabético do código escrito. A escrita é correcta apesar de poder haver erros de ortografia, a leitura deixa de ser silabada, as operações de segmentação são conseguidas e a frase contém todas as palavras ditadas.
Fonte-http://linguagemescrita.no.sapo.pt/index_ficheiros/Page513.htm
sábado, 5 de fevereiro de 2011
A importância do Plano de Aula
A realização do planejamento é imprescindível
no processo de ensino-aprendizagem
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
A cada 100 escolas, 25 são organizadas por ciclos
2/02/2011 - 07h00
Simone Harnik
A cada 100 escolas, 25 são organizadas por ciclos, segundo dados do Censo Escolar 2009, tabulados pelo movimento Todos Pela Educação. Pelo país, há uma concentração do ensino por ciclos no Sudeste, principalmente por causa de São Paulo, em que 99% das instituições de ensino adotam esse sistema.
Número de escolas
Total | Ciclos | Seriado | |
Brasil | 152.251 | 25,4% | 74,6% |
Norte | 21.979 | 10,6% | 89,4% |
Nordeste | 68.380 | 11,8% | 88,2% |
Sudeste | 37.802 | 64,4% | 35,6% |
Sul | 16.547 | 14,8% | 85,2% |
Centro-Oeste | 7.543 | 19,1% | 80,9% |
“Hoje, o modelo dominante é o da seriação. Mesmo em escolas que dizem ter ciclos, às vezes, predomina o modo de agir das séries”, aponta o professor da FE-USP (Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo) Ocimar Munhoz Alavarse.
Segundo o professor, o modelo de ensino por ciclos, sem a reprovação dos alunos que não obtêm o desempenho esperado, implica um esforço da comunidade escolar em repensar o que vai ser ensinado (o currículo), em organizar o tempo para esse ensino e em acompanhar o percurso dos estudantes de perto, para evitar que dificuldades com o conteúdo se estendam ao longo do percurso acadêmico.
“Vemos que nas escolas, em que muito se fala do processo de inclusão, pode haver uma certa exclusão daqueles que têm dificuldade”, aponta a professora Inês de Almeida, da Faculdade de Educação da UnB (Universidade de Brasília). “Nós temos que perguntar onde está a origem dessa dificuldade, para dar um tratamento que vai incluir esse estudante no grupo”, orienta.
Número de matrículas
Total | Ciclos | Seriado | |
Brasil | 31.705.528 | 37,8% | 61,8% |
Norte | 3.293.438 | 13,2% | 82,5% |
Nordeste | 9.906.257 | 16,3% | 83,7% |
Sudeste | 12.077.297 | 73,2% | 26,8% |
Sul | 4.140.880 | 15,2% | 84,8% |
Centro-Oeste | 2.287.656 | 19,8% | 80,2% |
* O “Todos Pela Educação” é um movimento financiado exclusivamente pela iniciativa privada e congrega sociedade civil organizada, educadores e gestores públicos. O objetivo é contribuir para que o Brasil garanta a todas as crianças e jovens o direito à educação básica de qualidade.