Phoebe, Aiko e milhões de outras crianças e adolescentes, meninos e meninas, de todo o mundo são vítimas, diariamente, de um mal que existe há séculos, mas que hoje em dia tem nome “científico” – bullying – e vem alcançando proporções avassaladoras. De acordo com a psicóloga Maria Tereza Maldonado, do Rio de Janeiro, membro da American Family Therapy Academy, o bullying sempre aconteceu em todas as escolas, mas por muito tempo a sociedade o considerou “brincadeira de crianças” e não deu maior importância ao tema. O termo inglês é utilizado para descrever atos de agressão física, verbal e psicológica intencionais e feitos de modo repetitivo.
“É semelhante ao que tradicionalmente acontecia na educação dos filhos: os pais se achavam no direito de xingar, espancar e cometer outras formas de violência para ‘endireitar’ as crianças rebeldes. Atualmente, esses casos vão parar nos Conselhos Tutelares como ações de violência intrafamiliar que precisam ser tratadas para que os pais se conscientizem do direito das crianças de serem educadas sem violência. Com o bullying está começando a acontecer algo idêntico: é preciso trabalhar o conceito de que agressão não é diversão. Condutas de perseguição implacável, mensagens difamadoras e depreciativas, agressões físicas ou verbais não devem ser aceitáveis”, afirma Maria Tereza, autora do livro "A Face Oculta – Uma história de bullying e cyberbullying", editado pela Editora Saraiva.
Segundo a pedagoga Flávia Cristina Oliveira Murbach de Barros, de São Paulo, é necessário levar em conta que os problemas sociais em geral, na escola ou em qualquer outro espaço, vieram a ter mais evidência com a evolução dos estudos sobre o assunto. “Podemos dizer que a partir da década de 1980 houve muitas mudanças políticas e econômicas no país, o que acarreta uma grande mudança na forma de se ver a ciência, a arte e a sociedade como um todo. Assim também passaram a ver a escola e seus problemas por outro ângulo. É necessário destacar ainda que as gerações atuais vivem um momento de banalização da violência, psicológica ou física, o que contribui para o aparecimento de mais violência, como o caso do próprio bullying”, afirma Flávia, que também é doutoranda em Educação pela Unesp Marília (Universidade Estadual de São Paulo) e pesquisadora do Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).
Motivos e sinais
Mais importantes do que as diferentes expressões do bullying, conforme as faixas etárias, são as semelhanças de motivos: visões preconceituosas sobre as pessoas consideradas diferentes.
Por Adão Maximo Trindade
Teólogo e Graduando em Pedagogia
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